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Alcoolismo é doença e isto é difícil de se aceitar
 
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28/08/2009

Alcoolismo é doença e isto é difícil de se aceitar

Os critérios para o diagnóstico da doença dependem mais dos sintomas e problemas causados pelo álcool do que da freqüência e quantidade de bebida ingerida

O abuso do álcool é um importante problema de saúde pública em todo o mundo, especialmente nos países ocidentais e industrializados, onde é uma causa comum de doença e morte. Origem de muitos distúrbios psicossociais, o uso crônico e excessivo de bebidas alcoólicas pode provocar várias doenças em órgãos vitais, como fígado, pâncreas, coração e sistema nervoso.

O risco destas doenças aumenta à medida que o consumo de álcool é maior. Este quadro pode ser ainda mais grave, pois muitos médicos não estão familiarizados com o diagnóstico de alcoolismo ou podem compactuar com o desejo de proteger a família dos estigmas de ter um parente alcoólatra.

O termo alcoolismo tem sido substituído por duas categorias: abuso do álcool e dependência do álcool. Os critérios para o diagnóstico da doença dependem mais dos sintomas e problemas causados pelo álcool do que da freqüência e quantidade de bebida ingerida.

Critérios de diagnóstico do alcoolismo

De acordo com os critérios do manual de doenças mentais da Associação Americana de Psiquiatria (DSM-IV), o diagnóstico de dependência do álcool requer a presença de três ou mais dos seguintes critérios no último ano do paciente:

tolerância: necessidade de ingestão de quantidades cada vez maiores para produzir o efeito desejado ou a intoxicação ou diminuição do efeito do álcool com a ingestão das mesmas quantidades.

abstinência: ocorrência de sintomas desagradáveis com a retirada do álcool ou o alívio destes sintomas com o retorno do uso do álcool.

falta de controle no uso do álcool: falha na tentativa de parar ou diminuir o uso de álcool ou o uso de quantidades maiores por tempo mais prolongado do que se tinha planejado inicialmente.

prejuízo das atividades diárias: redução ou prejuízo nas atividades sociais, ocupacionais ou recreacionais por causa do álcool.

tempo gasto com o uso de álcool: gasto de períodos desordenados de tempo tentando obter a droga, consumindo ou recuperando-se dos efeitos da mesma.

uso do álcool a despeito dos problemas: uso contínuo do álcool mesmo reconhecendo os problemas causados por ele.

Forte desejo ou compulsão para beber

O mesmo manual define o abuso do álcool como um padrão de má adaptação ao seu uso, levando a prejuízos clinicamente significativos, manifestos por um ou mais dos seguintes critérios, também no último ano, como:

* uso de álcool recorrente resultando em prejuízo nas obrigações do trabalho, de casa e da escola;
* uso recorrente de álcool em situações fisicamente perigosas;
* problemas legais relacionados ao uso de álcool;
* uso contínuo de álcool a despeito de problemas sociais e pessoais recorrentes e persistentes causados ou exacerbados por ele.

Álcool, inimigo número um do fígado

Das inúmeras doenças relacionadas ao álcool, as doenças hepáticas se destacam pela sua grande freqüência e mortalidade. A doença hepática alcoólica pode decorrer tanto do abuso quanto da dependência do álcool. A doença do fígado causada pelo álcool é uma causa importante de problemas de saúde, incluindo esteatose (acúmulo de gordura no fígado), hepatite alcoólica e cirrose hepática.

No Brasil, o álcool é a maior causa de cirrose hepática, e mundialmente é uma das principais causas de transplante hepático. O uso crônico de álcool também causa lesões no sistema nervoso, levando a uma série de sintomas neuropsiquiátricos. Da mesma forma, a doença pancreática é freqüentemente vista em pacientes alcoólatras.

Apesar dos resultados do exame físico e dos testes laboratoriais dos pacientes darem indícios da presença de alcoolismo, o diagnóstico depende basicamente da história fornecida pela pessoa ou seus familiares. A medida de etanol do sangue, por exemplo, reflete apenas o consumo recente (menos de 24 horas). Outras dosagens sangüíneas rotineiramente realizadas podem identificar indiretamente o consumo excessivo de álcool em longo prazo. Uma história cuidadosa da quantidade, da duração e do tipo de bebida consumida é necessária para relacionar estas doenças ao consumo de álcool.

Em busca do melhor tratamento

Uma vez que o diagnóstico de abuso ou dependência do álcool é feito, deve-se discutir com o paciente as opções específicas e mais adequadas de tratamento. O médico pode recomendar acompanhamento especializado e, se a pessoa concordar, até indicar um especialista ou um programa específico, como os Alcoólatras Anônimos (AA), que pode ser fundamental no processo de recuperação. Entretanto, a responsabilidade da mudança de comportamento pertence à pessoa.

É fundamental esclarecer ao paciente que o álcool causa diversas doenças, sobretudo no fígado, isso ajuda a motivá-lo a aceitar a mudança do seu hábito de beber e a realizar os exames de função hepática. Parte da agressão do álcool aos tecidos e órgãos pode ser revertida com a parada do seu uso, desde que as alterações não estejam em estágio avançado.

O impacto dos efeitos nocivos do álcool na saúde do indivíduo pode ser relacionado diretamente às doenças causadas pelo álcool ou indiretamente às conseqüências na família, no trabalho, no grupo de amigos e na sociedade, em geral. Portanto, quem tem tentado parar de beber sem sucesso, tem sido criticado por outras pessoas pelo uso do álcool, tem faltado aos seus compromissos por causa da bebida, tem se sentido mal ou culpado sobre o seu hábito de beber ou se a primeira coisa que faz pela manhã é ingerir bebida alcoólica para sentir-se melhor ou curar uma ressaca, deve procurar um médico imediatamente.

 


Autor: Imprensa
Fonte: MedCenter MedScape

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