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Desigualdade de gênero e a Saúde Mental das mulheres
 
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25/11/2014

Desigualdade de gênero e a Saúde Mental das mulheres

Coletivo Feminino Plural realiza última edição do Projeto Girassóis

As desigualdades de gênero em nossa sociedade ainda patriarcal vão além da desvalorização da mulher enquanto sujeitas de direitos, elas afetam a saúde. Sim, a saúde mental. Embora algumas melhorias sociais tenham ocorrido, como o aumento da taxas de participação no mercado de trabalho, elas ainda sofrem com a segregação ocupacional, a discriminação salarial, além da dupla jornada de trabalho. Em muitos casos, na sociedade brasileira, ainda são vítimas de discriminações e preconceitos. Isso tudo não passa despercebido com relação à saúde. No Brasil, 75% das pessoas que usam medicamento psiquiátrico, são mulheres, e isso ocorre devido à desigualdade de gênero.

Considerando que o serviço de saúde ainda não está preparado para dar uma atenção integral, surge um projeto que tem como finalidade propor uma linha de cuidado que reconheça e considere as questões de gênero como determinantes do sofrimento psíquico das mulheres. Para promover este cuidado, O Projeto Girassóis – Gênero e Saúde Mental desenvolve um conjunto de ações no município de Canoas, sob a coordenação da ONG Coletivo Feminino Plural durante os dias 2, 3, 4 e 5 de dezembro. A proposta do curso é preparar profissionais para que possam questionar e superar visões e práticas marcadas por discriminações, estereótipos, fragmentação, medicalização excessiva e invisibilidade das interseções que determinam maior vulnerabilidade das mulheres ao adoecimento psíquico, ampliando assim a perspectiva da integralidade na atenção à saúde das mulheres desse município, em especial daquelas em situação de violência. Durante o curso serão discutidos os procedimentos, os manejos, as metodologias de atendimento e assim promover a reflexão sobre práticas em vários sentidos. O projeto conta com recursos da Secretaria de Políticas para as Mulheres e tem parceria da prefeitura de Canoas.

Segundo a médica e consultora do projeto Maria José de Oliveira Araújo, com formação em Saúde da Mulher na Universidade de Sorbonne de Paris (França), vários estudos realizados no Brasil concluem que os problemas de saúde que afetam a homens e mulheres são diferentes e, por isso, deveriam obrigar os serviços a darem respostas adaptadas especificamente às necessidades e demandas de cada gênero. No entanto, muitas destas necessidades específicas ainda são invisíveis para os profissionais de saúde. De acordo com ela, ainda existe tratamento indiscriminado para homens e mulheres quando o assunto é saúde mental. Ou seja, não se consideram as particularidades das mulheres tampouco se tem consciência que os adoecimentos são diferentes para ambos os gêneros. "As mulheres apresentam maior prevalência de sintomas psicológicos do que os homens e essa é uma importante razão para a maior procura pelos serviços de saúde e maior medicalização e abuso de medicamentos", sinaliza. Para a profissional, existe uma estreita relação de depressão com situações de vida que são próprias das mulheres como: violência doméstica, dupla e tripla jornada de trabalho, subordinação, discriminação, entre outros fatores. Considerar a questão de gênero implica perceber as questões sociais, históricas e culturais quando uma mulher busca cuidados nos serviços de saúde.

É importante ainda saber que as doenças mentais ocorrem em todas as sociedades e se encontram em inúmeras situações na vida, no mundo. Todos os países possuem determinada parcela da população com sintomas que pode ocorrer tanto em mulher quanto em homem, em todas as etapas da vida, entre ricos e pobres, e tanto em localizações rurais como urbanas. Estudo da Organização Mundial de Saúde, denominado “As mulheres e a Saúde” aponta que cerca de 400 milhões de pessoas sofrem algum tipo de depressão no mundo e quando o recorte da pesquisa considera o gênero, as mulheres apresentam uma maior vulnerabilidade a sintomas ansiosos e depressivos, principalmente aqueles associados ao período reprodutivo. Se não tratadas, custam alto preço em sofrimento, invalidez e economia. A Organização Mundial da Saúde (OMS - 2010) estima que até o ano de 2020 as desordens mentais e neurológicas sofridas pela população serão responsáveis por 15% das demandas mundiais em saúde. Das dez principais causas que geram incapacidades nas pessoas, cinco delas estão relacionadas a transtornos psiquiátricos.

Coletivo Feminino Plural é uma entidade que atua desde 1996 no Rio Grande do Sul voltada para a defesa dos direitos humanos e da cidadania das mulheres. Suas áreas de trabalho incluem saúde, violência de gênero contra mulheres e meninas, a formação de lideranças para atuação na sociedade, fortalecimento de políticas públicas e de serviços de atenção a mulheres. Integra o Conselho Diretor da Rede Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos e a Rede de Saúde das Mulheres Latinoamericanas e do Caribe. Elabora relatórios às Nações Unidas sobre os temas de saúde e violência de gênero.

Segue Link do relatório da OMS:

Serviço:

O quê: 3º Curso de Capacitação em Saúde Mental – Projeto Girassóis – Executado pela ONG Coletivo Feminino Plural
Como: A aula inaugural será aberta ao público (2/12)
Quando: de 2 a 5 de Dezembro de 2014 das 8h30min às 17h
Onde: Sindicato dos Metalúrgicos -Rua Caramuru, 330 - Centro de Canoas
Inscrições: projetogirassois.cfp@gmail.com.


Autor: Claudia Sobieski
Fonte: Claudia Sobieski

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