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31/10/2008

Estudo comparativo

Saúde Bucal no Brasil x RS

No ano de 1986, o Ministério da Saúde realizou um grande estudo na área de Saúde Bucal, analisando a presença de cárie dental, doença periodontal, e avaliou a necessidade de próteses na população brasileira. Decorridos 10 anos, e por intermédio de uma parceria entre a área Técnica de Saúde Bucal/Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Odontologia e Secretarias Estaduais de Saúde, foi realizado o II Levantamento Epidemiológico Nacional na área, priorizando, em um primeiro momento, o levantamento de cáries dentais.
 
Salientamos que iniciativas neste setor são de suma importância, pois permitem um melhor desfecho das ações, sejam estas de caráter preventivo ou intervencionista, considerando o atendimento prioritário de populações “vulneráveis”. Em período contemporâneo ao estudo que iremos descrever, ocorreram mudanças no setor, em nível federal, com o aumento da oferta de tratamentos preventivos, educativos e intervencionistas em saúde bucal (ANTUNES et. al., 2008).
 
Neste estudo, foram examinadas 30.240 crianças, sendo que foram compostos grupos de acordo com a faixa etária (6 a 12 anos), com 4.320 participantes por grupo etário. Na região Nordeste foi possível verificar um número mais expressivo de participantes, e o gráfico abaixo ilustra a proporção por regiões:
 
 
Gráfico 1: Proporção de crianças examinadas
 
 
Fonte: Ministério da Saúde/Levantamento Nacional em Saúde Bucal
 
 
A distribuição por estados se deu da seguinte maneira: cada unidade da federação enviou, para o Ministério da Saúde, o protocolo de 1.120 crianças. Desta forma, regiões mais populosas apresentaram maior quantidade de participantes. A Região Sul, por ser a menor em número de estados, representou 11% do total de crianças examinadas.
 
 
Gráfico 2: Sexo das crianças examinadas
 
Fonte: Ministério da Saúde/Levantamento Nacional em Saúde Bucal
 
 
Quanto às características e condições em saúde bucal, os dados estão abaixo expressos, com ênfase nos achados que dizem respeito ao Rio Grande do Sul.
 
PERCENTUAL DE DENTES CARIADOS
 
A unidade da federação que apresentou o maior índice de dentes cariados foi Amapá (82,47%), e a menor foi Alagoas (29,46%). O gráfico abaixo ilustra a média Brasil em comparação com os dados do RS, e o gráfico subseqüente analisa esta variável em relação às regiões.
 
 
Gráfico 3: Dentes Cariados na Média Brasil x RS
Fonte: Ministério da Saúde/Levantamento Nacional em Saúde Bucal
 
 
O RS figura na 12ª colocação neste item dentre os demais estados, estando levemente acima da média encontrada no Brasil, sendo o estado da região sul com índices mais elevados. Em termos de regiões, percebem-se escores significativamente superiores na região norte (72,11%) e escores inferiores na região centro-oeste (46,04%).
 
 
Gráfico 4: Dentes Cariados segundo a Região
Fonte: Ministério da Saúde/Levantamento Nacional em Saúde Bucal
 
 
PERCENTUAL DE DENTES RESTAURADOS 
 
Outro aspecto avaliado neste II Levantamento diz respeito ao percentual de dentes restaurados que a população brasileira apresenta. Neste item, o estado do Paraná apresentou o maior percentual, com 61,54% de dentes restaurados. O Estado com o menor percentual, por sua vez, foi Amapá (8,22), o mesmo que apresentou a maior incidência de cáries.
 
 
Gráfico 5: Dentes restaurados na Média Brasil x RS
Fonte: Ministério da Saúde/Levantamento Nacional em Saúde Bucal
 
 
Percebe-se pouca diferença no RS quanto à média brasileira. O RS é o 15° colocado em termos de Brasil nesta categoria, sendo que, em relação às regiões, está abaixo da média da região Sul, conforme ilustra o gráfico abaixo.
 
 
Gráfico 6: Dentes restaurados segundo a Região
Fonte: Ministério da Saúde/Levantamento Nacional em Saúde Bucal
 
 
O RS apresentou uma diferença na casa dos 10%, para menos, em relação à média encontrada na Região do Sul. A região Norte apresentou os índices menores (17,98), e a região Sudeste, os maiores (49,28).
 
PERCENTUAL DE DENTES EXTRAÍDOS
 
Outra dimensão analisada pelo levantamento indica que o RS é o 22° estado com o maior percentual de extração de dentes. Enquanto a média nacional ficou, neste estudo, na casa dos 2,76%, o RS apresentou um percentil de 1,12, ou seja, menos da metade do que foi possível encontrar na média nacional. Confira no gráfico.
 
 
Gráfico 7: Dentes extraídos na Média Brasil x RS
Fonte: Ministério da Saúde/Levantamento Nacional em Saúde Bucal
 
 
Podemos acrescentar ainda outros dados, para fins ilustrativos, como nos casos de Amazonas e Pernambuco, que apresentaram resultados na casa de 6,4 e 5,5%, respectivamente. Paraná e Goiás (0,55 e 0,56%, respectivamente) são os estados com os menores percentuais nesta variável estudada.
 
 
Gráfico 8: Dentes extraídos segundo a Região
 
Fonte: Ministério da Saúde/Levantamento Nacional em Saúde Bucal
 
 
Índices elevados foram verificados nas regiões Norte (3,44) e Nordeste (3,37) do país nesta dimensão analisada. A região Sul (0,99) apresentou os menores escores, seguido da região Sudeste (1,14).
 
PERCENTUAL DE DENTES COM EXTRAÇÃO INDICADA
 
Neste estudo, foi verificada ainda a indicação de extração dentária permanente, de acordo com a avaliação do pesquisador/profissional odontólogo. Dados RS x Brasil se encontram ilustrados no gráfico abaixo:
 
 
Gráfico 9: Dentes com extração indicada RS x Brasil
Fonte: Ministério da Saúde/Levantamento Nacional em Saúde Bucal
 
 
De acordo com o gráfico baseado no último levantamento realizado no setor, o RS apresentou indicações superiores de extração dentária em relação à média nacional. Paraná é o estado com menor indicação (1,57%), seguido de Espírito Santo (1,84%) e Rio de Janeiro (2,04%). Por outro lado, estados como Rondônia (9,93%) e Amazonas (9,19%) apresentaram percentis na casa de 10%.
 
 
Gráfico 10: Percentil de extração indicada segundo a Região
 
Fonte: Ministério da Saúde/Levantamento Nacional em Saúde Bucal
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
A estreita relação entre saúde bucal e saúde geral, bem como saúde bucal e qualidade de vida (MOYSÉS, 2008) motivaram esta análise dos dados do levantamento realizado pelo Ministério da Saúde. Além de oferecer um panorama geral, tal estudo propicia a discussão de temas correlatos a estes maus índices apresentados no país, como desigualdade na atenção à saúde bucal e geral, ou ao precário planejamento de ações e investimentos.
 
Neste sentido, é de relevância e desejável que novos estudos se agreguem aos já existentes, numa tentativa de reconhecer a importância da dimensão saúde bucal na qualidade de vida das pessoas. Do mesmo modo, estudos sérios e bem delineados podem servir de fomento para ações nas esferas municipais, estaduais e federais. Conforme aponta Fernandes e Peres (2005), políticas em saúde bucal devem ser dirigidas, prioritariamente, a regiões e municípios com piores condições socioeconômicas.
           
REFERÊNCIAS
 
ANTUNES, J. L. F. et al. Saúde gengival de adolescentes e a utilização de serviços odontológicos, Estado de São Paulo. Rev. Saúde Pública, Abr 2008, vol. 42, nº 2, p.191-199.
 
FERNANDES, L.S. e PERES, M. A. Association between primary dental care and municipal socioeconomic indicators. Rev. Saúde Pública, vol. 39, no. 6, 2005, p. 930-936.
 
MOYSÉS, S. J. O contexto atual para a pesquisa em Saúde Bucal Coletiva. Cad. Saúde Pública, Abr 2008, vol.24, no.4, p.718-718.
 
Edição e Revisão: Renata Appel

Autor: Guilherme Wendt - Equipe Sis.Saúde
Fonte: Vide bibliografia

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