.
 
 
População mundial vive seis anos a mais do que em 1990
 
Notícias
 
     
   

Tamanho da fonte:


18/12/2014

População mundial vive seis anos a mais do que em 1990

Novo levantamento mostra que redução da mortalidade no mundo se deve, em parte, à queda de óbitos provocados por câncer e doenças cardiovasculares

A população mundial está vivendo mais: a expectativa de vida global passou de 65,3 anos em 1990 para 71,5 anos em 2013. Esse aumento se deve ao fato de importantes causas de morte no mundo, como as doenças contagiosas, as cardiovasculares e o câncer, estarem em queda ou sendo tratadas de formas mais eficazes. Como consequência, as pessoas estão morrendo principalmente por problemas ligados ao envelhecimento e ao estilo de vida atual, que inclui sedentarismo, obesidade e tabagismo.

A conclusão faz parte do Global of Burden Disease 2013, estudo financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates que avalia a taxa de mortalidade e todas as causas de óbitos em 188 países, incluindo o Brasil. Os dados foram divulgados na quinta-feira na revista médica The Lancet.

Segundo a pesquisa, entre 2000 e 2013, o mundo registrou queda significativa na mortalidade por doenças transmissíveis como a diarreia (queda de 31%), o sarampo (de 80%) e a meningite (20%). Além disso, de 1990 para cá, a taxa de mortes por doenças cardiovasculares diminuiu 14% e por problemas respiratórios crônicos, 30%. Em geral, a proporção de óbitos por câncer também caiu nesse período, uma diminuição de 18% em relação ao câncer de mama e de 9% ao de pulmão.

No entanto, algumas doenças apresentam uma tendência contrária, ou seja, possuem taxas de mortalidade cada vez maiores. Nos últimos 23 anos, o número de mortes por câncer de fígado causado pela hepatite C, por exemplo, mais do que dobrou no mundo, enquanto os óbitos provocados pelo abuso de drogas cresceram 63%. Nesse período, também aumentou a taxa de mortalidade por Alzheimer (3,2%), Parkinson (28,2%), diabetes (9%) e problemas renais (36,9%).

“Como as mortes por doenças cardiovasculares e câncer estão diminuindo, pessoas com diabetes e Alzheimer, por exemplo, acabam morrendo pela progressão dessas doenças, e não antes, devido a um infarto”, diz Paulo Lotufo, diretor do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica e professor da Faculdade de Medicina da USP e um dos colaboradores do estudo.

Idades — Em 1990, a maior taxa de mortalidade mundial ocorria entre crianças de até 4 anos, especialmente na África Subsaariana e no Sul da Ásia, seguida pela proporção de mortes entre idosos com mais de 80 anos, a maior parte em países desenvolvidos. Os dados de 2013 mostram que houve uma inversão: a maior taxa de mortalidade ocorreu entre os idosos, enquanto a mortalidade infantil teve uma queda significativa e passou a ocupar o segundo lugar. “Essa tendência mostra que o mundo caminha para uma taxa de mortalidade compatível com a de países desenvolvidos”, afirma Lotufo.

Vida abreviada — Além da taxa de mortalidade, o estudo também aponta para as principais causas de perda de anos de vida no mundo. Em resumo, esse dado revela as maiores causas de morte entre pessoas que faleceram mais jovens do que a média de sua faixa etária.

Em 2013, as cinco principais causas de perda de anos de vida no mundo foram doenças coronarianas, pneumonia, AVC, diarreia e acidentes de trânsito. As mortes prematuras por HIV cresceram consideravelmente de 1990 para cá: há 23 anos, o vírus da aids era a 27.ª causa de perda de anos de vida no mundo e, em 2013, passou a ser a sexta. No entanto, segundo Paulo Lotufo, o pico da aids já aconteceu em 2005, e a tendência agora é que a sobrevida da doença seja cada vez maior.

Brasil — No Brasil, as principais causas de perda de anos de vida são, na ordem, doença coronariana, violência, AVC, acidente de trânsito e pneumonia. O fato de a violência, como o homicídio, configurar entre os principais fatores que abreviam a vida dos brasileiros chamou a atenção dos autores do estudo. “No Brasil, a probabilidade de morrer devido à violência entre homens chega a 2%”, escrevem. Enquanto no Brasil a violência é a segunda causa de perda de anos de vida, no mundo ela é a 22.ª.

De acordo com o estudo, se a tendência mundial continuar igual, em 2030 a expectativa de vida mundial das mulheres será de 85,3 anos e a dos homens, 78,1 anos. “Minha avaliação é a de que os dados da pesquisa são positivos, o que não significa que a medicina ainda não precise avançar”, afirma Lotufo. 


Autor: Redação
Fonte: Veja Online
Autor da Foto: Thinkstock

Imprimir Enviar link

Solicite aqui um artigo ou algum assunto de seu interesse!

Confira Também as Últimas Notícias abaixo!

 
 
 
 
 
 
 
Facebook
 
     
 
 
 
 
 
Newsletter
 
     
 
Cadastre seu email.
 
 
 
 
Interatividade
 
     
 

                         

 
 
.

SIS.SAÚDE - Sistema de Informação em Saúde - Brasil
O SIS.Saúde tem o propósito de prestar informações em saúde, não é um hospital ou clínica.
Não atendemos pacientes e não fornecemos tratamentos.
Administração do site e-mail: mappel@sissaude.com.br. (51) 2160-6581