Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o câncer, o diabetes e as doenças cardiovasculares são as maiores responsáveis por mortes no mundo. Com 1,3 milhões de óbitos, o diabetes está entre as mais letais das doenças pesquisadas.
As mulheres diabéticas são consideradas pacientes de risco numa gestação. Muitas decidem engravidar e não apresentam problemas. Mas há as que não querem correr riscos e decidem não ter filhos. Ao optar por um método de contracepção, uma cirurgia de laqueadura convencional poderia se tornar um risco por conta da cicatrização e outras complicações cirúrgicas. Mas uma moderna técnica de laqueadura sem cortes se apresenta como uma boa alternativa de contracepção permanente a todas as mulheres e, em particular, para as diabéticas, cardiopatas e outras.
Imagem ilustrativa do microimplante Essure
O Essure é um método definitivo de contracepção feminina, com eficácia de 99,8%, que começa a ser mais conhecido no Brasil por sua eficácia e praticidade, pois não oferece os riscos de uma cirurgia convencional.
“É um procedimento rápido, ambulatorial e minimamente invasivo, praticamente indolor, dispensa anestesia, não contém medicamentos ou hormônios. A colocação não dura mais do que 10 minutos e a paciente sai do ambulatório e pode voltar normalmente para suas atividades, sem necessidade de repouso”, explica a médica ginecologista Dra. Daniella De Batista Depes, encarregada do Setor de Histeroscopia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.
Considerado como primeira opção entre as mulheres europeias e norte-americanas, o método é aprovado pela Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária desde 2009. No Brasil, há registros de mais de 3.000 mulheres que colocaram Essure e 750 mil no mundo.
A técnica tem sido oferecida pelo serviço de saúde municipal, por meio do Programa de Planejamento Familiar, em vários Estados como é o caso de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Espírito Santo, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Tocantins.
O Diabetes no Brasil
Em 2013, o Brasil era o quarto país do mundo com mais diabéticos, totalizando 13 milhões de portadores da doença, número que poderá subir para 592 milhões em 2035. Só no ano passado, foram 124,6 mil mortes relacionadas à doença no País, de acordo com os dados da Federação Internacional de Diabetes.
O diabetes, ou Diabetes Mellitus, é uma doença crônica, autoimune, caracterizada pela deficiência da produção de insulina pelo organismo. O problema envolve o metabolismo da glicose no sangue, podendo ser apresentado de várias maneiras. O tratamento nos casos de Diabetes varia de acordo com o tipo e grau da doença. Contudo, a pessoa pode levar uma vida saudável.
A doença pode manifestar-se com efeitos diversos, como a dificuldade com a cicatrização, que é fruto de complicações vasculares que comprometem a circulação sanguínea. É preciso todo cuidado para que um corte na pessoa portadora de diabetes não se transforme em uma infecção, já que esta atua na descompensação do nível glicêmico e o diabetes descompensado aumenta a infecção.
Como funciona o método
Essure é um dispositivo que consiste em um microimplante macio e flexível, de apenas quatro centímetros, em titânio e níquel (materiais que apresentam excelente compatibilidade com o organismo) que, introduzido pela vagina por um equipamento extremamente fino (histeroscópio), é colocado em cada uma das tubas uterinas.
Nas semanas que se seguem ao procedimento, o corpo e os microimplantes trabalham juntos para formar uma barreira natural que impede o espermatozoide de alcançar o óvulo. Por esse motivo, durante os três primeiros meses, a paciente deve continuar a usar outra forma de contracepção. Após este período, é realizado exame de imagem da pelve e, confirmada a oclusão, não é mais necessário o uso de outro método contraceptivo.
O procedimento também é especialmente indicado para mulheres que apresentam efeitos adversos a outros métodos contraceptivos e que não desejam mais ter filhos, além de ser também uma excelente opção para as mulheres que apresentam alguma patologia que aumente os riscos cirúrgicos como hipertensão, cardiopatia, obesidade, entre outras.
Métodos para Laqueadura Tubária
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Laparotomia
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Laparoscopia
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Histeroscopia
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Realizado em Centro Cirúrgico
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Realizado em Centro Cirúrgico
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Realizado em Ambulatório
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Uma incisão grande
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Duas ou três incisões pequenas
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Sem cortes
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Exige Anestesia
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Exige Anestesia
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Dispensa Anestesia
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Exige Internação
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Exige Internação
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Dispensa Internação
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Analgesia pós-operatória
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Analgesia pós-operatória
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Dispensa Analgesia
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Uma cicatriz grande
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Duas ou três cicatrizes pequenas
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Sem Cicatrizes
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Repouso/Restrições por 30 dias
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Repouso/Restrições por 15 dias
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Retorno Imediato às Atividades
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1 procedimento/2 horas
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1 procedimento/2 horas
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8 procedimentos/2 horas
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Procedimento Invasivo
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Procedimento Invasivo
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Minimamente Invasivo
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Exames pré-operatórios
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Exames pré-operatórios
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Uma radiografia simples da pelve (pós-operatório)
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Equipe médica extensa
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Equipe médica extensa
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Equipe mínima (duas pessoas)
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Segundo a Lei 9.263, para ser submetida à laqueadura a mulher precisa ter mais de 25 anos ou dois filhos. Além de uma reunião de Planejamento Familiar. A cirurgia não pode ser feita no momento do parto, a não ser que a mulher tenha algum problema grave de saúde ou tenha feito várias cesarianas.
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