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A hipertensão atinge um entre quatro brasileiros
 
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17/04/2015

A hipertensão atinge um entre quatro brasileiros

Doença é chamada de sina silenciosa porque a maioria dos hipertensos não sente nada

A prática de exercícios físicos sempre fez parte da rotina do dentista José Carlos de Abreu Pithan, 68 anos. Desde a infância, ele pratica caminhadas, corridas e futebol. Atualmente, frequenta academia, joga tênis, futebol, luta judô e ainda sai para caminhar. São raros os dias em que não pratica nenhuma atividade física. Mas, agora, não é só por prazer que o aposentado malha. É por saúde.

Há cerca de 15 anos, Pithan descobriu que era hipertenso. Na época, ele teve uma lesão no tornozelo e ficou meses sem exercitar. E, durante exames de rotina, sua pressão arterial chegou a 17 por 10, marca considerada alta. Como havia histórico de hipertensão na família, o aposentado decidiu buscar por orientação médica.

–Minha mãe e o meu irmão são hipertensos e começaram a tomar medicação mais jovens do que eu. Acho que ter praticado exercícios desde novo protelou o tratamento com medicamentos – avalia.

Além da prática regular de exercícios, Pithan costuma ter uma alimentação balanceada: diminuiu a quantidade de sal na comida e evita comer frituras. Frutas e legumes também integram sua dieta habitual.

– A única coisa em que eu não sou saudável é na cerveja. Mas é só de vez em quando. Chimarrão, eu também tomo, mas não é aconselhado para quem tem pressão alta. Não dá para tirar tudo que faz mal, né? – brinca o dentista, que, mesmo com os deslizes, mantém a pressão em saudáveis 11 por 7.

Estima-se que cerca de 25% da população brasileira seja hipertensa, assim como Pithan. O problema é que, muitas vezes, o diagnóstico é tardio, porque a doença, grave, pode não apresentar sintomas.

– A hipertensão é chamada de sina silenciosa porque a maioria dos hipertensos não sente nada. E justamente por isso, há pessoas com pressão altíssima que nunca chegaram a medí-la – explica Eduardo Radins, cardiologista do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e do Instituto do Coração do Hospital de Caridade.

Uma pesquisa feita pela Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul (Socergs), em 2010, indicou que 4,5% dos gaúchos nunca haviam verificado a pressão. O número caiu para 1,5% em 2013, mas ainda é preocupante, levando-se em conta que o exame é simples, rápido e gratuito.

O 26 de abril é considerado Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão. Para estimular você a se cuidar, trazemos algumas informações que podem salvar vidas.

Quem pode ter a doença?

Pare e pense: você está a cima do peso? Fuma? Vive estressado ou não pratica exercícios físicos? Se a sua resposta é sim para qualquer uma das questões, abra o olho e vá checar sua pressão. Mas o cardiologista Eduardo Radins alerta que, além dos fatores de risco, a hipertensão é genética em 95% dos casos. Então, se alguma pessoa de sua família tiver pressão alta, será mais um motivo para fazer um teste e procurar um médico.

– A partir dos 12 anos, recomenda-se que seja feito o controle, principalmente por aquelas pessoas que têm na família casos pressão alta. Normalmente, as pessoas se preocupam com isso mais tarde, depois dos 35, 40 anos. Isso já foi até tema de campanha, para que os adolescentes e jovens verifiquem também. Pode salvar uma vida – explica o cardiologista Daniel Souto Silveira, diretor da Socergs.

Segundo os cardiologistas, não existe uma frequência exata para verificação da pressão arterial. Uma vez a cada semestre pode ser suficiente para um jovem magro de 30 anos. Já quem tem tendência a hipertensão deve checar mais vezes, sempre de acordo com orientação médica. Mas mesmo um diagnóstico positivo para hipertensão não justifica pânico.

– Quem tem pressão alta não precisa checar todo dia, toda semana, porque isso vira um estresse. A pessoa pode querer aumentar a dosagem da medicação e pode ficar com a pressão mais baixa do que deveria – alerta Radins.

Possíveis consequências da pressão alta

Acidente vascular cerebral (AVC)

A pressão cardíaca elevada pode levar ao rompimento de vasos sanguíneos cerebrais. Isso causa perda da função neurológica, levando a consequências permanentes, como perda de movimentos do corpo.

Infarto do miocárdio

A hipertensão favorece o aparecimento de placas de gordura nas artérias, que podem obstruí-las e bloquear a alimentação de sangue ao coração. Quando isso ocorre, uma das consequências é o infarto do miocárdio.

Insuficiência renal

Por receber muito sangue para filtrar, o rim começa a morrer parcialmente. Assim, o sangue deixa de ser filtrado, e várias substâncias maléficas permanecem em circulação no organismo.

Perda de visão

Pode ocorrer uma retinopatia hipertensiva, diminuindo a acuidade visual. Com a pressão elevada, os vasos vão ficando mais grossos e formando hemorragias. Isso “mata” a retina.

Mude o estilo de vida

A hipertensão pode ser a porta de entrada para quadros mais perigosos, como infarto do miocárdio, Acidente Vascular Cerebral (AVC), insuficiência renal ou derrames. Por isso, além de manter a pressão sob controle com medicamentos, o hipertenso precisa cuidar do estilo de vida.

– Tem de mudar para sempre, não só por uns meses. Há pessoas que abandonam o tratamento, justamente porque não sentem os sintomas – lembra o cardiologista Eduardo Radins.

O dentista aposentado Werner Kunter Keste, 78 anos, descobriu-se hipertenso há mais de 25 anos. Na época, sua pressão arterial chegou a 16 por 12. O início do tratamento teve lá os seus percalços:

– Comecei a tomar os remédios e a caminhar, conforme mandou o médico. Mas, a cada dois anos, em média, eu tinha de aumentar a dosagem de remédios porque eu não caminhava regularmente. Um dia chove, no outro tem um compromisso, essas coisas...

A saída foi ingressar no Grupo Santa-Mariense de Hipertensos. Há 22 anos, Werner frequenta as aulas de ginástica do grupo, três vezes por semana. O aposentado recomenda a dinâmica.

–Tem de fazer exercício com frequência e consistência. Nossos pais e avós suavam a camiseta na roça, capinando, caminhando. E a geração de hoje? Fica só em frente do computador, do tablet. Tem que se mexer. O nosso grupo é para qualquer idade – aconselha.

Assim como Werner, o militar da reserva João Carlos Dutra Soares, 66 anos, também se dedica à malhação. Além das aulas de ginástica do grupo, três vezes por semana ele cavalga, caminha, anda de bicicleta e vai à hidroginástica.

– Cada dia faço uma coisa. Não dá para fazer tudo. Mas, diariamente, eu faço alguma atividade. Tenho três stents (uma espécie de mola) no coração e faço tratamento com remédios. Mas, hoje, minha pressão está regular – comemora o aposentado.


Autor: Gabriela Perufo
Fonte: Diário de Santa Maria

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