A editora Manole lança, em maio, o livro Manual de Audiologia Pediátrica, primeira obra sobre o assunto no Brasil, dedicada à difícil, complexa e subjetiva avaliação audiológica e à reabilitação das perdas auditivas na infância.
Voltada para os estudantes e profissionais de Audiologia ou da área de saúde que atendam crianças surdas, como fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas, a obra oferece uma leitura aprofundada sobre os assuntos mais pertinentes da especialidade, como o desenvolvimento embriológico do sistema auditivo, a frequência e a prevalência de suas deficiências, a avaliação prematura, o diagnóstico e o tratamento das perdas auditivas, a epidemiologia e a reabilitação e o implante coclear.
Trata também dos direitos do surdo e da legislação vigente no país sobre a avaliação audiológica e a concessão de aparelhos auditivos. Além dos textos, há estudos de casos procedentes de vivências ambulatoriais e de experiências de pesquisas clínicas, que dão destaque a casos emblemáticos.
Segundo Cilmara Levy, coordenadora e especialista em Audiologia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa), no Brasil ainda é necessária uma conscientização da área médica em relação aos cuidados e à atenção na avaliação audiométrica de bebês e crianças. "Se o pequeno paciente não é encaminhado para uma avaliação audiológica, o problema na audição dele pode prejudicar o aprendizado e gerar danos psicológicos e sociais na fase adulta", conta a especialista.
Muitas famílias só percebem a perda auditiva do filho entre o primeiro e segundo ano de vida, quando ocorrem maiores exigências na comunicação e quando a criança começa a ter mais independência ao caminhar e consequentemente um distanciamento dos pais. Antes dessa idade, sem uma avaliação audiométrica, é difícil a família perceber qualquer deficiência na criança, pois ela imitará a mãe ou a pessoa mais próxima.
Cilmara Levy destaca que a detecção precoce da perda auditiva é importante para definição das escolhas relacionadas ao tratamento. "Quanto mais cedo descobrimos os problemas auditivos, mais cedo podem ser feitas as escolhas de tratamento: cirurgia de implante coclear para perdas profundas, aparelho auditivo, terapia ou comunicação por meio da Libras (linguagem brasileira de sinais), por exemplo". E alerta: "a fala e a comunicação são ferramentas muito importantes. A infância é uma faixa etária de extrema relevância para a educação audiológica, e a presença da família, a educação e a convivência social são muito significativas nessa fase. Podemos oferecer todas as possibilidades para um bom desenvolvimento social ao deficiente auditivo", conclui Cilmara.
Sobre a coordenadora:
Cilmara Cristina Alves da Costa Levy é Especialista em Audiologia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa); Mestre em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP); Professora-assistente do Curso de Graduação em Fonoaudiologia da FCMSCSP; Fonoaudióloga responsável pelo Setor de Audiologia Educacional da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP); Coordenadora do Curso de Especialização em Audiologia da FCMSCSP; e Sócio-fundadora da Casa Amarela – Associação de Apoio Educacional ao Deficiente Auditivo.
