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Um terço das unidades de saúde não tem refrigerador para vacinas
 
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28/07/2015

Um terço das unidades de saúde não tem refrigerador para vacinas

Pais correm de posto em posto atrás das doses previstas no calendário de vacinação infantil

A falta de condições apropriadas para refrigerar vacinas tem feito pais da Capital peregrinarem em busca das doses previstas no calendário de vacinação infantil. Das 141 Unidades de Saúde (US) de Porto Alegre, 47 têm problemas nos refrigeradores. Em 33% delas não é possível executar uma das atribuições mais básicas de um posto de saúde.

O problema pegou o taxista Marcos Ramires, 40 anos, de surpresa ao tentar vacinar os dois filhos. Na semana passada o morador do Bairro Restinga foi informado na UBS Macedônia e na UBS Restinga Velha que, por estarem com a geladeira estragada, não estavam aplicando nenhum tipo de vacina nos dois locais.

Em uma deles foi avisado que o problema ocorria desde fevereiro. Sem opções no bairro, foi orientado a procurar unidades de saúde em Ipanema, também na Zona Sul. Temendo bater com a cara na porta mais uma vez, procurou a unidade do Bairro Partenon, onde a família morava até o início do ano, e conseguiu fazer as aplicações. Devido a idade, Lavínia, quatro anos, precisava fazer aplicação contra a tríplice viral e o caçula, Benício, de um, para evitar pneumonia, coqueluche e sarampo.

— Vacina é algo básico, deveria ser prioritário. Todas a população da Restinga terá que sair daqui para se vacinar? E vai ficar assim até vir uma geladeira? Isso é uma aberração. É uma muita gente que fica sem esse serviço.

A ESF Jardim da Fapa, do Bairro Mario Quintana, está com a geladeira estragada desde o início do ano. No mesmo bairro, a ESF Safira está sem refrigerador de vacinas há mais de um mês. Os usuários são orientados a irem ao Centro de Saúde Bom Jesus. Foi o que a dona de casa Rafaela Lopes da Rosa, 21 anos, fez depois de percorrer dois postos da Mário Quintana.

— Me disseram que estão dois meses sem geladeira. Faltou informação e é uma falta de cooperação com a gente. Com tempo chuvoso, é ruim pegar ônibus com bebê pequeno.

O pequeno Mateus recebeu duas doses necessárias aos bebês de dois meses.

Investimento de R$ 950 mil para modernizar a rede e evitar desperdício

A Secretaria Municipal de Saúde informa que a introdução de novas vacinas no Calendário de Vacinação, em 2010, trouxe necessidade de troca de refrigeradores comuns para câmaras específicas para armazenar vacinas. Os equipamentos devem seguir a orientação do Ministério da Saúde.

O argumento da secretaria é que as unidades da capital que têm problemas com refrigeradores são os locais onde os equipamentos não estão conseguindo manter a temperatura exigida entre 2ºC e 8C. Porém, ao contatar sete unidades – duas do Bairro Restinga e cinco do Bairro Mario Quintana – a justificativa que a reportagem ouviu foi de que os refrigeradores estavam estragados.

Desde abril a Prefeitura está licitando 70 câmaras especializadas para vacinas. O processo está em fase de análise de propostas das empresas concorrentes. O valor do investimento gira em torno de R$ 950 mil.

Ainda não há data prevista para entrega dos equipamentos, mas a Secretaria Municipal de Saúde espera tê-los aptos para uso antes do final do ano. O objetivo, com isso, é reestruturar e modernizar as salas de vacinas do município e reduzir as perdas de vacinas. Só em 2015, a secretaria estima que já perdeu pelo menos R$ 360 mil.

Enquanto as novas câmaras não chegam, as unidades com problemas que necessitam de vacinas estão recebendo as doses, conforme demanda, em caixas refrigeradas que permitem a manutenção da temperatura adequada. A reportagem, porém, contatou unidades que não estavam aplicando nenhum tipo de vacina ou que tinha apenas vacina da gripe, devido a caixa refrigerada.

Por que é importante manter a vacina na geladeira?

É fundamental que a temperatura de conservação das doses esteja entre 2°C e 8°C, já que muitas substâncias usadas nas vacinas são sensíveis ao calor. Vacinas contra sarampo, rubéola, caxumba, varicela, febre amarela e a BCG, por exemplo, também são sensíveis à luz.

Através da Rede Frio, o Programa Nacional de Imunizações cuida de todo processo de armazenagem, distribuição e manipulação de vacinas nas esferas federal, estadual e municipal. O objetivo é garantir que todas as substâncias mantenham suas características originais.

Foi devido a oscilação da temperatura das geladeiras que houveram problemas com o estoque de vacinas da gripe em Porto Alegre no mês de abril, quando 13 salas de aplicação precisaram ser fechadas.

Onde há problemas

Unidade de saúde:

Glória/Cruzeiro/Cristal
- Cristal
- Mato Grosso
- Alto Embratel
- Glória
- Jardim Cascata
- Vila Cruzeiro do Sul
- Osmar Freitas
- Orfanotrófio
- Rincão

Restinga/Extremo-Sul
- Castelo
- Chapéu do Sol
- Macedônia
- Restinga

Leste/Nordeste
- Jardim Protásio Alves
- Jardim da Fapa
- Vila Brasília
- Milta Rodrigues
- Morro Santana
- Safira
- Tijuca
- Timbaúva
- Safira Nova
- Batista Flores
- Jardim Carvalho

Centro-Sul
- Monte Cristo
- Nonoai
- Alto Erechim

Partenon/Lomba do Pinheiro
- São Pedro
- Esmeralda
- Ernesto Araújo
- São José
- São Miguel
- Santa Helena
- Panorama
- Campo da Tuca
- Herdeiros
- Mapa
- Santo Alfredo

Norte/Eixo Baltazar
- São Borja
- Janor Jarros
- Passo das Pedras I
- Santa Fé
- Planalto
- Santa Rosa
- Nova Brasília
- Domênico Feoli

Noroeste/Humaitá/Navegantes/Ilhas
- Nazaré


Autor: Jeniffer Gularte
Fonte: Zero Hora
Autor da Foto: Tadeu Vilani

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