No mês em que celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Câncer (27/11), a equipe de profissionais do Serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento apresenta uma pesquisa inédita no Brasil. O objetivo do levantamento realizado na Instituição é avaliar a disponibilidade atual de médicos oncologistas em cada região brasileira e estimar o cenário para 2020.

O estudo intitulado “Cenário da Oncologia Brasileira em 2020” é novidade no país, mas já foi realizado na Europa e EUA. Desenvolvido em parceria com o Instituto Jules Bordet, da Bélgica, chama a atenção para a prevenção da doença que é uma das principais causas de morte no mundo. Recentemente, o trabalho foi exposto durante o Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica realizado no Paraná.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), haverá um aumento de 14% na incidência de câncer no Brasil em 2020, e dobrará nos dez anos seguintes. “Essa elevaçao é um grave problema social, uma vez que exigirá maior infraestratutura hospitalar, tratamentos e, essencialmente, médicos especializados. Muitos estudos têm demonstrado o déficit de oncologistas em diversos países, tais como EUA, Austrália e Japão. A inquietude relacionada às previsões de que o número de oncologistas será insuficiente para atender as demandas são internacionais,” destaca Alessandra Menezes Morelle, médica do Serviço de Oncologia do Hospital Moinhos de Vento.

No Brasil ainda não existem dados disponíveis, mas o estudo avaliou a disponibilidade atual de médicos oncologistas em cada região brasileira e estimou o cenário para daqui cinco anos. Segundo o levantamento, somente a região Centro-Oeste terá aumento de casos de câncer por oncologista, ao contrário da taxa em outras regiões e até mesmo da taxa brasileira. A pesquisa aponta que o aumento no número de médicos oncologistas será devido ao crescimento de vagas de residência médica na área, mostrando a necessidade de um programa de vigilância da assistência oncológica em todas as regiões brasileiras.