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Doença de Alzheimer
 
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16/09/2009

Doença de Alzheimer

Novos estudos trazem esperança para o tratamento efetivo da doença

Estudos apontam a chegada do tratamento da Doença de Alzheimer em um futuro próximo, afirma o Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia. Trata-se de uma boa notícia para anunciar a Campanha de Conscientização da Doença de Alzheimer promovida pela ABN, cujo objetivo é levar a informação correta para a população brasileira.

“O que é mais estimulante é que o tratamento para doença de Alzheimer está entrando em uma nova e interessante fase, com várias novas drogas começando ensaios clínicos”, relatou a coordenadora do DC de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento, Dra. Marcia Lorena Fagundes Chaves. As medicações até agora disponíveis mostram benefícios sintomáticos moderados. Entretanto, um maior progresso na medicina molecular sugere outros alvos para medicações. “Muitas destas novas terapias são baseadas no melhor entendimento atual sobre a patogênese da doença de Alzheimer e são desenvolvidas para tentar lentificar ou interromper a progressão da doença”, complementou.

O foco dos estudos atuais é a formação das placas neuríticas, compostas pela proteína beta-amilóide, que são um achado neuropatológico precoce e invariável da doença de Alzheimer. Entretanto, focar as enzimas que produzem essa proteína é arriscado, uma vez que também estão envolvidas em outras vias fisiológicas vitais.

Os novos estudos se apresentam como uma esperança, pois utilizam concentrações terapêuticas de lítio, o que favorece a inibição do GSK-3, enzima glicogênio-sintase quinase-3, e oferecem uma nova abordagem para reduzir a formação das placas amilóides e enovelados neurofibrilares, dois marcos da doença de Alzheimer.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos (60 anos e mais de idade) chega a 14,5 milhões passando a representar 9,1% da população brasileira, enquanto no inicio da década somavam 11,4 milhões, isto é, 7,9% do total. Apesar do processo de envelhecimento recente, a população brasileira pode ser considerada uma das maiores do mundo, superior a da França, Itália e Reino Unido. Daqui a 25 anos, esta população de idosos no Brasil poderá ser superior a 30 milhões. Segundo a análise do IBGE, o crescimento da população idosa deve-se aos avanços da medicina e a conscientização sobre qualidade de vida.

Importante destacar o número de indivíduos com idade ≥ 80 anos, faixa etária em que a freqüência da doença é superior a 15%. A estimativa é que existam hoje, no Brasil, 1,5 milhão de pessoas com esta idade. Em 2017, serão 2,4 milhões. O aumento do número de idosos deverá gerar um significativo impacto econômico e social. A ABN alerta que o governo deveria estabelecer metas e planos de ações específicos para a melhoria da saúde destas pessoas.

Existem muitos estudos internacionais a respeito da frequência da doença de Alzheimer na população. Na maior parte deles, a doença de Alzheimer representa a principal causa de demência em idosos, correspondendo a mais de 50% dos casos que incidem nesta faixa etária.

No Brasil, a frequência da doença foi avaliada em um estudo populacional realizado na cidade de Catanduva, interior de São Paulo, em 1997 – o único estudo epidemiológico no País publicado sobre o assunto até o momento. Foram avaliadas 1.656 pessoas com idade igual ou superior a 65 anos; 7,1% delas apresentaram quadro de demência e a doença de Alzheimer foi responsável por 55,1% dos casos. A frequência da doença aumentou de forma significativa com a idade, como pode ser visto no gráfico abaixo.

 Frequência da doença de Alzheimer na população idosa de Catanduva (SP), 1997.

A Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é a mais frequente doença neurodegenerativa na espécie humana. Trata-se de uma doença que acarreta alterações do funcionamento cognitivo (memória, linguagem, planejamento, habilidades visuais-espaciais) e muitas vezes também do comportamento (apatia, agitação, agressividade, delírios, entre outros), que limitam progressivamente a pessoa nas suas atividades da vida diária, sejam profissionais, sociais, de lazer ou mesmo domésticas e de auto-cuidado. O quadro clínico descrito caracteriza o que em Medicina é denominado “demência”.

Há ainda muita falta de informação sobre a doença. A doença de Alzheimer não é: uma consequência do envelhecimento; endurecimento das artérias e das veias do cérebro; falta de oxigênio no cérebro; causada por estresse, por trauma psicológico ou por depressão; retardo mental; preguiça mental.

A doença de Alzheimer manifesta-se através de uma demência progressiva, isto é, que aumenta em sua gravidade com o tempo. Os sintomas iniciam lentamente e se intensificam ao longo dos meses e anos subsequentes. Muitos sintomas não ocorrem no início, mas surgem ao longo da evolução da doença.

Sintomas da doença de Alzheimer

Na grande maioria dos casos o primeiro sintoma é a perda de memória para fatos recentes. É importante salientar que esta perda de memória deve representar um declínio em relação ao funcionamento anterior e que também deve ser de intensidade suficiente para interferir com o desempenho do indivíduo em suas atividades diárias. Ou seja, uma perda de memória leve e ocasional não deve ser valorizada da mesma forma.

  • Perda progressiva da memória, principalmente para eventos recentes;
  • Dificuldade de linguagem, tanto para compreender quanto para expressar-se (ex., dificuldade para encontrar palavras);
  • Dificuldade para realizar tarefas habituais;
  • Dificuldade de planejamento;
  • Desorientação no tempo e no espaço;
  • Dificuldade de raciocínio, juízo e crítica;
  • Em fases mais avançadas, dificuldade para lembrar-se de familiares e de amigos e para reconhecê-los;
  • Depressão;
  • Apatia;
  • Ansiedade;
  • Agitação, inquietação, às vezes, agressividade; muitas vezes com piora no final do dia;
  • Problemas de sono: troca o dia pela noite;
  • Delírios (pensamentos anormais, idéias de ciúme, perseguição, roubo, etc.);
  • Alucinações (alterações do pensamento e dos sentidos, como ver coisas que não existem);
  • Problemas motores, nas fases avançadas: dificuldade de locomoção, etc.;
  • Perda do controle das necessidades fisiológicas, nas fases avançadas.
  • Dificuldade para deglutição, nas fases avançadas.

Prevenção contra a doença de Alzheimer

Há medidas gerais que ajudam a preservar a saúde mental e que diminuem o risco de a pessoa ter doença de Alzheimer.

  • Atividade mental regular e diversificada;
  • Atividade física regular;
  • Boa alimentação;
  • Bom sono;
  • Lazer;
  • Evitar maus hábitos: não fumar, beber com moderação;
  • Cuidados com a saúde física geral: tomar os medicamentos corretamente, ir ao médico regularmente.

Quando devo procurar o médico, ou levar meu familiar?

Os 10 sinais de alerta para doença de Alzheimer são:

  • Problema de memória que chega a afetar as atividades e o trabalho;
  • Dificuldade para realizar tarefas habituais;
  • Dificuldade para comunicar-se;
  • Desorientação no tempo e no espaço;
  • Diminuição da capacidade de juízo e de crítica;
  • Dificuldade de raciocínio;
  • Colocar coisas no lugar errado, muito frequentemente;
  • Alterações frequentes do humor e do comportamento;
  • Mudanças na personalidade;
  • Perda da iniciativa para fazer as coisas.

Diagnóstico da doença de Alzheimer

Não há, até o momento, nenhum método que isoladamente permita o diagnóstico de doença de Alzheimer com absoluta precisão. Avanços substanciais têm ocorrido nesta área, com alguns exames mais específicos e promissores em fase de pesquisa. No entanto, o diagnóstico ainda é feito pela identificação de quadro clínico característico e pela exclusão de outras causas de demência, por meio dos exames complementares (laboratoriais e de imagem).

Quando é seguido roteiro diagnóstico apropriado, baseado em recomendações e consensos internacionais e também nacionais, a identificação da doença fica em torno de 85% nas fases iniciais, aumentando de forma expressiva com o acompanhamento do paciente. Alguns casos, no entanto, podem apresentar manifestações clínicas atípicas ou, em fases muito iniciais, oferecer maiores dificuldades para sua correta identificação, necessitando de avaliação mais especializada.

É muito importante o diagnóstico ser feito o mais cedo possível, porque, nas fases iniciais da doença, o médico tem melhores condições de intervir em benefício da pessoa com doença de Alzheimer.

Estágios da Doença

Inicial = Doença de Alzheimer leve

  • A pessoa consegue viver de forma relativamente independente, apesar do prejuízo objetivo nas atividades;
  • A perda de memória é leve;
  • Raciocínio relativamente preservado.

Intermediário = Doença de Alzheimer moderada

  • Já há risco na vida independente e certo grau de supervisão é necessário;
  • Perda de memória moderada;
  • Prejuízo no raciocínio;
  • Dificuldade de orientação espacial;
  • Dificuldade para comunicar-se.

Avançado = Doença de Alzheimer avançada

  • Incapacidade para a vida independente, sendo necessária supervisão contínua;
  • Impossibilidade de realizar tarefas cotidianas e mesmo de cuidar-se (banho, alimentação etc.);
  • Impossibilidade de comunicar-se adequadamente.

A doença progride continuamente, não passa de um estágio direto para o outro. Assim, a pessoa pode encontrar-se, por exemplo, em um estágio entre o inicial e o intermediário ou entre o intermediário e o avançado.

Tratamento

O tratamento da doença de Alzheimer inclui intervenções farmacológicas (medicamentosas) e não farmacológicas. Dentre as primeiras, há dois grupos de medicamentos: o primeiro representado por compostos que atuam aumentando os níveis do neurotransmissor acetilcolina no cérebro; e o segundo, por uma outra medicação que age sobre o neurotransmissor glutamato. Do primeiro grupo fazem parte a donepezila, a galantamina e a rivastigmina, todas indicadas para o tratamento das fases inicial e intermediária (correspondendo à sintomatologia leve a moderada) da doença. O segundo grupo é representado pela memantina, aprovada para o tratamento das fases intermediária e avançada da doença (correspondendo à sintomatologia moderada a grave).

É importante ressaltar que estas medicações têm efeito sintomático e eficácia modesta, embora beneficiando uma parcela significativa dos pacientes. Como podem ter efeitos colaterais, o tratamento deve ser iniciado sempre com doses baixas que serão aumentadas gradativamente, procedimento este que deve ser acompanhado por um médico.

O tratamento não medicamentoso da doença de Alzheimer é dirigido não apenas ao paciente, como também aos seus familiares e cuidadores. Orientações sobre a natureza e a evolução da doença, sobre como lidar com eventuais comportamentos inadequados ou mesmo agressivos, além de adaptações e modificações necessárias no ambiente, e programas de atividades específicas para os pacientes, são exemplos de tais medidas. A participação de outros profissionais de saúde, particularmente aqueles que trabalham no campo da reabilitação, como fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, além de profissionais de enfermagem, é de grande importância,

Os objetivos do tratamento são:

  • Melhorar a memória e as outras funções mentais;
  • Controlar os transtornos de comportamento;
  • Retardar a progressão da doença;
  • Melhorar a qualidade de vida da pessoa doente;
  • Melhorar a qualidade de vida dos familiares e dos cuidadores;

ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA
 

A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) é a maior e mais importante associação dos neurologistas do Brasil. É uma sociedade civil, sem fins lucrativos, de duração indeterminada, congregadora dos que exercem e/ou cultivam a neurologia e ciências afins no Brasil. Foi fundada na cidade do Rio de Janeiro em 5 de maio de 1962 e registrada no Primeiro Ofício de Registro de Títulos e Documentos da cidade de São Paulo. Representa a neurologia brasileira na "World Federation of Neurology" e dirige a sessão de Neurologia da Associação Médica Brasileira, no Conselho das Especialidades. Tem como fundamento a promoção do desenvolvimento científico da neurologia brasileira.

Através de suas comissões, discute assuntos amplos, como a Residência Médica em Neurologia e Programas de Ensino da Neurologia em nível de Graduação e Pós-Graduação, além de ser um foro de discussão científica e de assuntos relacionados às atividades profissionais do neurologista.

DIRIGENTES

PRESIDENTE

  • Dra. Elza Dias Tosta
  • Doutorado em Medicina (PhD) - University of London. Chefe da Unidade de Neurologia do Hospital de Base do DF

VICE-PRESIDENTE

  • Dr. Rubens José Gagliardi
  • Professor titular de neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

SECRETÁRIO-GERAL

  • Dr. Henrique Ballalai Ferraz
  • Membro Titular da ABN, Professor Afiliado-Doutor da Disciplina de Neurologia da Universidade Federal de São Paulo.

1º SECRETÁRIO

  • Dr. Gilmar Fernandes do Prado
  • Membro Titular da ABN, Professor Adjunto de Neurologia da Universidade Federal de São Paulo e Diretor do Serviço de Neuro-Sono da Disciplina de Neurologia da UNIFESP.

TESOUREIRO-GERAL

  • Dra. Maria Fernanda Mendes
  • Membro Titular da ABN, Professora Instrutora-Doutora de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

1º TESOUREIRO

  • Dra. Mônica Santoro Haddad
  • Membro Titular da ABN, Médica Assistente da Divisão de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e Coordenadora do Departamento de Distúrbios do Movimento da ABN

ACADEMIA BRASILEIRA DE NEUROLOGIA: Av. Vergueiro, 1.353 – 14º andar – sala 1404

Top Tower Offices – Torre Norte Paraíso. Cep: 04101-000 – São Paulo – SP

Telefone e fax: (11) 5084-9463 ou 5083-3876. Home-page: www.abneuro.org .

 

 


Autor: Redação
Fonte: Trixe Comunicação Empresarial

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