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Novo método reforça vínculos entre pais e bebês prematuros no Husm
 
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02/05/2016

Novo método reforça vínculos entre pais e bebês prematuros no Husm

Durante a fase de internação, prematuros precisam da presença e do cuidado dos pais, e método canguru facilita contato

Os cuidados com o recém-nascido, naturalmente, aproximam mãe e filho, criando um vínculo forte. Porém, quando o nascimento ocorre antes do tempo, e o prematuro tem que ficar no hospital, esses laços precisam ser estimulados.

A presença dos pais junto à incubadora e, quando a saúde do bebê permite, o contato físico com o filho ajudam não apenas no desenvolvimento integral do pequeno, mas reforçam vínculos de toda a família.

Em Santa Maria, o processo é estimulado pelo método Canguru, implantado no ano passado no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Compreendendo várias fases, do pré-natal até após a alta do bebê do hospital, a filosofia de tratamento inclui um espaço físico, a unidade Mãe Canguru, junto à UTI Neonatal, onde prematuros que já saíram da incubadora podem ficar inteiramente aos cuidados da mãe e do pai o máximo de tempo possível na chamada posição canguru.

– O contato pele a pele funciona como a incubadora, ajudando o bebê a regular a temperatura. A mãe, o pai ou até um irmãozinho podem ficar na posição. O ideal é que isso seja feito também quando vão para casa – explica a médica neonatologista Beatriz da Silveira Porto, gerente de Ensino e Pesquisa do Husm e uma das pessoas que atuaram na capacitação dos cerca de 120 profissionais envolvidos no cuidado aos prematuros no hospital.

O método começa ainda no pré-natal, quando a gestante apresenta sinais de que poderá ter um parto prematuro. Nessa fase, ela recebe orientações sobre como será o cuidado com o bebê após o nascimento. Quando o recém-nascido vai para a UTI, os pais são especialmente acolhidos pelos profissionais, evitando o choque do primeiro contato.

No local, o trabalho mudou desde que o método foi implantado. Antes, o espaço tinha a agitação típica de uma unidade de terapia intensiva. Hoje, na penumbra e com o mínimo de barulho possível, o sono dos pequenos é considerado sagrado.

A unidade da família

Após a saída da UTI, o peso do bebê e outros fatores podem encaminhar ele e a família para a unidade Mãe Canguru. A disponibilidade dos pais, entre outros, conta muito para eles se encaixarem no perfil da sala que, desde a inauguração, há seis meses, ajudou no desenvolvimento e a alta precoce de seis bebês prematuros.

Passando por ali, em vez de obrigatoriamente estar pesando 2 kg para ir para casa, a partir de 1,75kg, o pequeno já pode acompanhar a família para o lar.

– Esse é um espaço do hospital encarado de uma forma diferente. É um local para o gerenciamento da família que recém nasceu e tem várias fragilidades, além da saúde do prematuro. Tudo deve contribuir para criar e fortalecer os vínculos – explica Soeli Teresinha Guerra, gerente de Atenção à Saúde do Husm.

Vanessa Rodrigues Ferreira, 21 anos, põe em prática dia a dia essas lições. Há um mês e sete dias, ela vem diariamente de Júlio de Castilhos, às 5h, para passar o dia ao lado do filho, João Miguel, que nasceu aos cinco meses de gestação.

– Eu sei que aqui ele é bem cuidado, mas coração de mãe fica apertado longe. Quero estar sempre perto. O resto da família dá suporte, mas vão ter que esperar mais um pouco para conhecer o bebê – diz Vanessa, que a cada visita deixa leite materno para alimentar o filho.

O método Canguru

- A primeira fase é no pré-natal, quando a gestação de risco, com possibilidade de parto prematuro, é identificada. A gestante é orientada cuidadosamente sobre como será o nascimento e o tratamento do bebê

- Quando o parto prematuro ocorre, os pais são esclarecidos sobre o funcionamento da UTI neonatal, antes da primeira visita ao filho. O objetivo é tirar dúvidas e evitar traumas

- O trabalho na UTI foi adaptado. Agora, há menos luz, e o barulho é o estritamente necessário. Tudo para respeitar o sono dos bebês, evitar o estresse dos pequenos e contribuir para o desenvolvimento neurológico

- As incubadoras ganharam um ninho, feito com cobertores e fraldas. Assim, os bebezinhos ficam mais aconchegados, como no útero

- Durante o cuidado intensivo, os pais são estimulados a permanecer quanto tempo desejarem junto à incubadora. Por isso, não há horário de visita

- Eles também aprendem as peculiaridades do prematuro, como tocá-lo, por exemplo. O carinho feito em um bebê nascido no tempo certo pode ser irritante para o prematuro, que tem a pele mais sensível

- As mães coletam leite materno para que o filho seja alimentado com ele

- Uma série de fatores é analisada para verificar quando e se os pais poderão cuidar do bebê na fase intermediária, dando banho, e se poderão colocá-lo na posição canguru

- A posição canguru consiste em colocar o bebê em contato direto com a pele da mãe, do pai ou até de um irmão. Ele deve permanecer ali o máximo de tempo possível, pois a posição substitui o trabalho da incubadora, de aquecer o bebê de baixo peso

- Depois de sair do cuidado intensivo e dependendo das condições do bebê e da disponibilidade dos pais, eles podem ocupar a unidade Mãe Canguru. Ali, a mãe pode ficar 24 horas, o máximo possível na posição canguru


Autor: Juliana Gelatti
Fonte: Zero Hora
Autor da Foto: Germano Rorato

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