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Qualidade de vida: a importância de manter um peso saudável
 
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27/10/2016

Qualidade de vida: a importância de manter um peso saudável

Artigo do endocrinologista do Hospital VITA, Daniele Tokars Zaninelli

Muito se fala em manter um peso saudável, mas você conhece os motivos que tornam essa recomendação tão importante?

A manutenção de um peso saudável é considerada atualmente uma das principais medidas para a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, que representam a causa de cerca de duas a cada três mortes no Brasil.

Estudos populacionais mostram que o excesso de peso leva quase que inequivocamente a complicações de saúde, pois aumenta o risco de doenças como diabetes, colesterol alto, problemas cardiovasculares e respiratórios, gordura no fígado, apneia do sono, hipogonadismo masculino (baixa produção de testosterona), infertilidade, depressão e diversos tipos de câncer, sem falar nas complicações ortopédicas e limitações para as diversas atividades simples do dia a dia. O aparecimento de complicações costuma ser uma questão de tempo.

Além de comprometer a qualidade de vida, o excesso de peso aumenta o risco de morte prematura. Nos Estados Unidos já se prevê que a atual geração será a primeira a ter uma expectativa de vida menor do que a de seus pais. Um estudo mostrou que pessoas com sobrepeso (IMC 25 a 30Kg/m2) podem perder até três anos de vida, enquanto obesos (IMC 30-35Kg/m2) perdem até seis anos, e os muito obesos (IMC 35Kg/m2 ou mais) podem perder até oito anos de vida. Portanto, é importante que a obesidade seja reconhecida como uma doença crônica, e que seja tratada como tal.

Você pode calcular seu risco através do cálculo do IMC*:

* IMC (índice de massa corporal) = peso/altura x altura.

O tratamento da obesidade tem como pilares a redução do consumo energético e o aumento do gasto metabólico por meio da prática regular de exercícios físicos, porém mesmo recebendo essas orientações, grande parte dos pacientes não consegue perder e manter o peso de forma satisfatória. Infelizmente as mudanças comportamentais nem sempre são suficientes para vencer as barreiras biológicas ativadas no processo de emagrecimento. Nesses casos deve-se considerar o uso de medicamentos.

Sabemos que a perda de 5 a 10% do peso corporal reduz de forma significativa o risco de desenvolver complicações como o diabetes e as doenças cardiovasculares. Curiosamente, um estudo recente realizado nos Estados Unidos mostrou que menos de 1% das pessoas com indicação de uso de medicamentos para perda de peso recebe tratamento farmacológico. Isso pode demonstrar a resistência, ou talvez a falta de conhecimento, de que a obesidade é uma doença crônica, grave e progressiva, e que requer tratamento a longo prazo.

Uma parcela dos pacientes apresenta ainda indicação de tratamento cirúrgico da obesidade, que pode levar a um controle satisfatório do peso corporal e de suas comorbidades.

É importante ressaltar que pessoas com excesso de peso são constantemente expostas a propagandas de produtos que garantem resultados milagrosos. Deve-se estar atento para evitar o uso de substâncias que não foram submetidas à análise criteriosa dos órgãos regulatórios – o que ocorre com os tratamentos alternativos - que não se mostram seguros nem eficazes para o tratamento da obesidade.

A tendência atual é avaliar e tratar a obesidade como uma doença que apresenta várias nuances, seja com relação à magnitude do excesso de peso, seja pela presença de comorbidades específicas. Deve-se dar atenção às necessidades de cada paciente para a escolha do tratamento adequado.

Ser obeso não é uma opção de vida, mas o resultado da interação entre uma série de fatores genéticos e do meio ambiente que merece ser tratada com seriedade, durante toda a vida do paciente.

*Dra Daniele Tokars Zaninelli, endocrinologista do Hospital VITA – Curitiba/PR. Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, Residência em Clínica Médica, especialização em Endocrinologia e Mestrado no Serviço de Endocrinologia e Metabologia pelo Departamento de Clínica Médica do Hospital de Clínicas da UFPR; estágio no Serviço de Endocrinologia e Metabologia do HC/USP, estágio no Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Ospedale Maggiore di Milano (Itália) com área de atuação em Doenças da Tireoide, estágio no Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Ospedale Policlínico II (Napoli - Itália) com área de atuação em Neuroendocrinologia. Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, SOBEMON – Sociedade Brasileira para o estudo do Metabolismo Ósseo e da Sociedade Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO)e da Endocrine Society. 


Autor: Daniele Tokars Zaninelli
Fonte: Cristina Sório

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