Doença infecciosa e transmissível que afeta principalmente os pulmões, a tuberculose (TB) ainda é um sério problema de saúde pública no Brasil embora seja uma doença curável. O tratamento é gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme dados do Ministério da Saúde, no Brasil, a cada ano são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,5 mil mortes em decorrência da doença.

Porto Alegre é a segunda capital com maior incidência da doença – a primeira é Manaus - e, em 2015, a incidência foi de 88,8 casos a cada 100 mil habitantes. A tuberculose voltou a ser um problema de saúde pública no Estado principalmente a partir dos anos 90. O principal desafio é a baixa adesão ao tratamento e isso faz com que a taxa de cura de novos casos fique em 58%, no município de Porto Alegre, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza um índice acima de 80%. A pneumologista e tisiologista Dra. Samanta Madeira de Oliveira, do Hospital Mãe de Deus Center e do Centro de Referência de Tuberculose da Bom Jesus, afirma que o índice de abandono do tratamento, em Porto Alegre, é de 28% e isso se deve a fatores como o uso indiscriminado de drogas, os bolsões de pobreza da cidade e também à alta taxa de coinfecção com o vírus HIV, cujos pacientes estão entre os mais afetados pela tuberculose.

Dra. Samanta acredita que essa situação poderá melhorar com as medidas já instituídas no município, treinando as equipes de saúde em postos de saúde na periferia e disponibilizando o tratamento da doença nesses postos e não apenas em centros de referência. “Isso facilitará o encaminhamento dos pacientes e a sua adesão ao tratamento, pois ficará mais próximo da sua residência”.

O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses. Nesse período, o estabelecimento de vínculo entre profissional de saúde e usuário é fundamental para que haja adesão do paciente ao tratamento, assim reduzindo as chances de abandono e alcançando a cura. Como nas primeiras semanas de tratamento o paciente se sente melhor, precisa ser orientado pelo profissional de saúde para realizar o tratamento até o final, independentemente da melhora dos sintomas. Um tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de cepas resistentes aos medicamentos.

A apresentação da tuberculose (TB) na forma pulmonar, além de ser mais frequente, é também a mais relevante para a saúde pública, especialmente quando há eliminação dos bacilos pela via aérea, que é a principal forma de transmissão da doença. Indivíduos com baixa imunidade como idosos, desnutridos, usuários de drogas e portadores do vírus HIV, insuficiência renal e doença pulmonar crônica estão mais suscetíveis à doença.

Principais sintomas

Na TB pulmonar, o principal sintoma é a tosse. Por isso, recomenda-se que toda pessoa com tosse por três semanas ou mais seja investigada para a tuberculose.

Outros sinais e sintomas podem estar presentes, tais como febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga.

Os casos graves apresentam dificuldade na respiração; eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e pode ocorrer acúmulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) - se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica.

Como se prevenir?

· Vacinar crianças com BCG

· Evitar contatos com pessoas doentes;

· Manter ambientes bem ventilados e com entrada da luz solar.