Um estudo realizado com cobaias nos Estados Unidos indica que a fumaça do cigarro pode causar transformações no formato do coração.
Na pesquisa, os cientistas da Universidade de Illinois usaram dois grupos de ratos, colocando um deles em um ambiente com fumaça de cigarros e o outro em um ambiente com ar limpo.
Depois de cinco semanas, os roedores passaram por ecocardiogramas, e os estudiosos descobriram que os que haviam sido expostos à fumaça do cigarro haviam sofrido mudanças significativas no formato do ventrículo esquerdo.
Amostras do tecido cardíaco das cobaias foram analisadas e confirmaram um aumento nos níveis da forma ativada de uma enzima associada ao crescimento e sobrevivência das células no coração.
De acordo com Mariann Piano, que liderou o estudo, a ativação dessa enzima pode ser chave no surgimento de cardiopatias associadas ao hábito de fumar.
Hormônio
Na urina dos animais que inalaram a fumaça também foi verificado o aumento na presença de um hormônio, a neuroepinefrina, que é liberado pelo organismo em situações de estresse e causa uma série de alterações fisiológicas.
Piano diz acreditar que males do coração provavelmente surgem como resultado da interação das substâncias presentes no cigarro.
"A fumaça do cigarro contém mais de 4 mil substâncias químicas diferentes, uma das quais é a nicotina", disse.
"Entretanto, o efeito da nicotina no desencadeamento e evolução de eventos cardiovasculares induzidos pela fumaça do cigarro continua sendo um tema polêmico".
O estudo foi divulgado na edição de novembro da publicação científica European Journal of Heart Failure.