Estudo realizado nos Estados Unidos pelo Centro Médico Diaconisa Beth Israel e pela Escola de Medicina de Harvardmostra que a idade do homem compromete o índice desucesso na obtenção de gravidez, quando ocorre a utilização da fertilização in vitro.

A pesquisa foi apresentada no ESHRE, Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, ocorrido na Suíça em julho, e envolveu 19 mil ciclos de fertilização in vitro. Os procedimentos foram realizados em 7.753 casais em uma clínica de reprodução assistida na região de Boston (EUA), entre 2000 e 2014.

As mulheres foram divididas em diferentes grupos etários: menos de 30 anos, de 30 a 35, 35 a 40 e de 40 a 42 anos. No caso masculino, foi criado mais um, para quem tinha acima de 42 anos.

A taxa de sucesso (nascimento de filhos) alcançou apenas 42% associando-se mulheres de menos de 30 anos com parceiros cuja faixa etária oscilava entre 40 e 42 anos. Entretanto, o índice de nascimentos ascendeu a 73% quando os homens exibiam de 30 a 35 anos de idade.

O mesmo resultado foi obtido com mulheres de 30 até 40 anos de idade fertilizadas por homens com faixa etária abaixo dos 30. A conclusão é que, para mulheres de até 40 anos, quanto mais velho o homem, menor a taxa de gravidez utilizando-se fertilização in vitro.

O urologista do Fertilitat Claudio Telöken explica que o envelhecimento, além da suscetibilidade da idade, determina maior exposição do homem a fatores nocivos à saúde e à capacidade reprodutiva, como alterações no ambiente, sedentarismo, tabagismo, uso abusivo de álcool etc. A partir do estudo, o envelhecimento masculino integra os fatores que podem comprometer ou retardar a concepção, motivado, em parte, pelo eventual e inadequado estilo de vida.

“Diferentes estudos estão em andamento e há expectativa de surpreender se as mesmas alterações observadas com o uso da fertilização ocorrer também na tentativa de gravidez espontânea. Cumpre salientar, entretanto, o que já é de domínio da comunidade científica: paternidade acima dos 50 anos exibe maior chance de filhos com algumas anomalias congênitas”, explica Telöken.