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Porto Alegre já está pronta para aplicar novo tratamento cardíaco testado nos EUA
 
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18/03/2019

Porto Alegre já está pronta para aplicar novo tratamento cardíaco testado nos EUA

Capital é centro de referência na técnica que substitui cirurgia convencional e que agora é ampliada

Estudos científicos conduzidos por especialistas norte-americanos, que foram recentemente apresentados na reunião anual do American College of Cardiology e publicados,nesse sábado (16/3), no New England Journal of Medicine (www.nytimes.com/2019/03/16/health/aortic-valve-replacement-heart.html), garantem a eficácia de técnica minimamente invasiva em pacientes com estenose aórtica, menos idade e menor risco cirúrgico. Antes, o procedimento chamado de Implante Transcateter de Valva Aórtica – TAVI era restrito a idosos acima de 80 anos com doenças associadas e risco elevado para  cirurgia convencional que exige abertura do tórax e parada forçada do coração a fim de inserir a nova válvula aórtica. Os médicos que atuam na área cardiovascular acreditam que estes resultados mudarão a conduta adotada até agora na maioria das pessoas com estreitamento grave na válvula aórtica.

Porto Alegre  é centro de referência em TAVI desde 2012, quando o médico, professor e  pesquisador gaúcho Eduardo Keller Saadi  destacou-se na realização da prática do procedimento menos invasivo em idosos com riscos e ganhou reconhecimento internacional. O especialista foi o primeiro cirurgião cardiovascular brasileiro a receber certificação para implante de valva transcateter CoreValve, uma das próteses testadas nesses estudos.  O médico acumula um know-how de 10 anos com o método, uma das maiores experiências do Brasil, e já implantou cerca de 500 válvulas por cateter. Pacientes de todo o país e até de países vizinhos buscam aqui na Capital a segurança para a colocação da prótese no coração.   Agora, com a conclusão dos novos testes em cardíacos mais jovens e com menor risco cirúrgico, a tendência é aumentar a procura.  

- Aqui em Porto Alegre, a  substituição da válvula aórtica tem sido realizada com êxito em pacientes idosos e com restrições à tradicional operação. As duas novas pesquisas envolvendo doentes com cerca de  70 anos  ampliam os benefícios do método, favorecendo  uma faixa etária que antes estava fadada à cirurgia de peito aberto e pausa dos batimentos do coração . A previsão é que diminua o número dessas cirurgias.   Além de ser um método menos agressivo, o TAVI ocupa menos tempo do centro cirúrgico, pode ser realizado com anestesia local, demanda menos dias de internação, proporciona recuperação mais rápida, oferece mais conforto para o paciente  e, principalmente, diminui a ocorrência de sequelas derivadas da cirurgia padrão.  - Afirma o cirurgião cardiovascular Eduardo Keller Saadi .   

Os estudos inovadores incluíram mais de 1.000 pessoas com estenose aórtica.  A análise feita em Nova York e que acompanhou as mortes e derrames incapacitantes um ano após  cirurgia convencional e TAVI registrou a incidência de  2,9% com cirurgia versus 1% com implante transcateter. Já a pesquisa realizada em Boston estimou mortes ou infartes incapacitantes em dois anos encontrando taxas de 6,7% com cirurgia versus 5,3% com TAVI. 

Apesar do extraordinário avanço das técnicas minimamente invasivas,  Dr. Saadi lembra que a cirurgia convencional ainda tem um papel importante em alguns casos, como por exemplo em pacientes com válvulas aórticas bicúspides, que foram excluídos desses dois estudos. Uma avaliação cuidadosa e individualizada de cada paciente é importante para definir qual o procedimento mais indicado para uma determinada situação clínica.

Estenose Aórtica

Muita gente tem a doença e não sabe. Por muitos anos, ela cursa silenciosa e não dá sinais.  Apesar de desconhecida pela maioria da população, é uma enfermidade cardíaca frequente que afeta mais de 200 mil brasileiros. Atinge cerca de 6% das pessoas com mais de 75 anos. Caracteriza-se por uma calcificação da válvula (ou valva) aórtica que impede o fluxo normal do sangue do coração para a aorta. Está localizada na saída do coração, entre o ventrículo esquerdo e a aorta, artéria que leva sangue para todo o corpo. A área valvar aórtica normal tem cerca de 3 a 4 cm2 e é composta de uma espécie de três lâminas finas e engrenadas que se abrem bem quando o coração se contrai, permitindo a passagem do sangue do ventrículo esquerdo para aorta e desta para o corpo todo. Depois, essas lâminas se fecham, impedindo que o sangue ejetado retorne para o coração sobrecarregando-o. Quando a pessoa tem estenose aórtica grave significa que a área da válvula está reduzida, com aproximadamente 1 cm2 ou menos,  não está funcionando bem, ou seja, dificulta o fluxo de sangue que sai do coração porque não consegue se abrir completamente. Houve uma calcificação, um endurecimento que obstrui a saída do volume normal de sangue do coração para a aorta. Pode-se comparar com uma torneira ( ou mangueira) entupida que, ao abrir, passa pouca água.  As principais manifestações são angina (dor no peito), insuficiência cardíaca e desmaios. A morte súbita é frequente quando a estenose é grave e os pacientes apresentam sintomas.

Correção com Cirurgia Convencional

Exige a abertura do peito, parada do coração, circulação extracorpórea, abertura da aorta e retirada da válvula com problema. No topo da aorta é implantada uma prótese que vai substituir a válvula calcificada e garantir o correto fluxo sanguíneo. O tempo de internação é de 5 a 7 dias. A prótese pode ser mecânica ou biológica (de pericárdio – membrana que envolve o coração  - de boi ou de porco)

Correção com Implante Transcateter de Valva Aórtica – TAVI

O implante da valva (válvula) transcateter é considerado um grande avanço tecnológico no tratamento da estenose aórtica. Procedimento menos invasivo que substitui a válvula doente.  Um cateter é introduzido, com uma incisão mínima, via artéria femoral (na virilha). Com técnicas especiais, a nova válvula é liberada do cateter e fixada no local da calcificada no coração. O tempo de internação é menor, em torno de 2 a 3 dias, e permite volta às atividades habituais em 1 semana.

Causas da Estenose Aórtica

Cardiopatia congênita (valva aórtica bicúspide)

Acúmulo de cálcio na válvula aórtica

Febre reumática

Doença renal crônica

Prevenção

Prevenir a febre reumática

Tratar pressão alta, obesidade e colesterol alto

Cuidar dos dentes e gengivas, diminuindo o risco de endocardite (infecção das estruturas internas do coração, principalmente das válvulas cardíacas)

 


Autor: Beth Nunes
Fonte: Beth Nunes
Autor da Foto: Divulgação

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