Você já precisou socorrer alguém em casa, na rua ou no ambiente de trabalho? Os acidentes e episódios de mal súbito fazem parte de nosso cotidiano. A professora enfermeira Juliana Stroeher, responsável pela unidade curricular de Primeiros Socorros dos cursos Técnico em Enfermagem, Segurança do Trabalho e Radiologia do Senac Saúde, fala um pouco sobre a importância da prática correta e aplicação de técnicas pré-hospitalares por qualquer pessoa. 

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, os acidentes são a principal causa de morte de crianças e adolescentes de zero a 14 anos. Todos os anos, quase 4 mil crianças morrem e outras 117 mil são hospitalizadas por motivos acidentais.

Conforme a faixa etária, até um ano de idade a principal causa de morte é a sufocação; de 1 a 4 anos é o afogamento e, de 5 a 14 anos, são os acidentes de trânsito. Além destes, ocorrem ainda as quedas, queimaduras e intoxicações. Em adultos, as doenças cardiovasculares, como infarto e derrames, são as principais causas de mortes no mundo. 

Por isso é fundamental que a sociedade se capacite em Primeiros Socorros. Os conhecimentos e habilidades desenvolvidos garantirão uma melhor avaliação da vítima, da segurança do local onde aconteceu o evento e as ações adequadas para iniciar o atendimento. 

Em todas estas situações, não basta apenas identificar a emergência e chamar socorro. O atendimento imediato e adequado aumenta a chance de sobrevida e previne complicações à vítima até a chegada do serviço especializado. Qualquer cidadão leigo, porém treinado, pode prestar atendimento a uma vítima em perigo. 

Em algumas situações mais graves, como uma parada cardiorrespiratória - PCR, alguns protocolos internacionais de atendimento já foram simplificados desde 2010 pela AHA - Associação Americana do Coração. Esta mudança visa agilizar e facilitar o atendimento para que o cidadão leigo prontamente possa atuar no socorro. A aplicação de manobras de compressão no tórax associadas ao uso de desfibrilador externo automático, em 3 a 5 minutos após o colapso, produz uma taxa de sobrevivência de 49% a 75%. 

Quanto mais cidadãos leigos estiverem capacitados em Primeiros Socorros, mais segura e saudável será a nossa sociedade. O tempo dispendido no aguardo do socorro especializado pode valer uma vida.

A professora, por fim, deixa um apelo a todos: “vamos buscar este conhecimento para um bom propósito. Vamos buscar para salvar vidas", completa a docente.