Em entrevista ao site TOPBABY, o ator Heitor Martinez contou que também sentiu enjôos e ganhou peso quando sua mulher, a jornalista Ana Markun, estava grávida das gêmeas Alice e Helena. Sintomas típicos da gestação, em mulheres, naturalmente. Mas assim como Heitor, outros homens compartilham com suas companheiras muito mais que as preocupações com os preparativos para a chegada do bebê. Normal? "A maternidade é uma condição essencialmente feminina. Uma das coisas que só pode ser feita por elas. No entanto, alguns homens se aventuram nessa fantasia", diz a terapeuta de casal Cristina Milanez Werner.
Companheiro de todas as horas
Para a especialista, "é forçar a barra o casal dizer estamos grávidos. A mulher está grávida; o marido acompanha a gestação." O melhor papel que o futuro papai pode desenvolver é ser companheiro e solidário nos desafios e surpresas destes nove meses tão especiais. Ele será parceiro, ficará atento à preparação para a chegada do bebê, ajudará a escolher o nome, irá com a companheira nos exames, nas aulas de grupo de gestantes, vai fazer massagens nela, acariciar sua barriga."
E os desejos que a mulher sente? "Nada impede que os homens aproveitem as delícias que a companheira come e se aventure, sem receios, nessas loucuras gastronômicas. Afinal, que mal há nisso?"
Manual do grávido
Com muito bom humor, o médico Claudio Csillag e o jornalista Humberto Saccomandi escreveram o O Manual do Grávido (PubliFolha). "Até pouco tempo, a gravidez, para o homem, se resumia a três momentos: "as tentativas", a notícia e o nascimento. O que ocorria entre estes estágios era mais um daqueles impenetráveis mistérios do mundo feminino."
"Hoje, não mais. Espera-se que o homem atue, participe, ajude na gravidez. É um comportamento novo, para o qual não recebemos orientação das gerações anteriores", concluem os autores no livro.
Nosso bebê
Segundo Cristina Milanez, a relação da mãe com o bebê, durante a gestação, é mais intensa que a do o pai. "Natural que seja assim pois na mulher acontecem mudanças concretas: a barriga cresce, o feto se mexe. O relacionamento entre pai e filho começa, na realidade, após o nascimento."
Durante nove meses o casal idealiza o filho que vai nascer. Imagina se ele será carequinha ou cabeludinho, branquinho ou mais moreninho, se terá a cara do papai, da mamãe ou uma mistura dos dois. "Mas, quando ele nasce, vira um bebê real, que pode ser bem diferente do que eles imaginavam. E é esse bebê que o pai e a mãe terão que amar. A partir do nascimento, eles terão uma missão a mais: trocar a imagem de um bebê idealizado durante os nove meses por um outro real, que acabou de nascer. Quanto mais o casal estiver afinado um com o outro, mais fácil será para os dois encontrarem este ponto de tangência e assim "adotarem" essa criança que acabou de nascer. Aliás, toda paternidade é uma adoção."
Uma figura de referência
Por tudo isso, adverte a especialista "o pai deve ser o alicerce, a figura de referência, o grande parceiro da grávida. Compreender as peculiaridades desse período, onde ela deve ter mais carinho, mais colo."
Quanto mais o final da gestação se aproxima, maior a atenção que a grávida dará ao bebê que está carregando na barriga e menor ao restante do mundo. "O companheiro pode ocupar-se de algumas tarefas mais complicadas para a mulher, nesse momento, como brincar com o filho mais velho no chão, pegar peso, controlar as contas a pagar. Aí, sim, será um marido nota 10."
Para completar
"Hoje a paternidade está mais consciente; o homem sabe o que vai mudar depois que o bebê nascer. Isso não quer dizer que o pai esteja mais participativo, porque, muitas vezes, as próprias mulheres têm dificuldades em partilhar cuidados. Elas foram criadas para assumir a responsabilidade dos seus filhos: tem o ônus do trabalho, mas, em compensação, tem o bônus do poder."
Claudio Csillag e Humberto Saccomandi citam, no livro, algumas diferenças entre a gravidez masculina e feminina. Você, futuro papai, se identifica?
FEMININA
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MASCULINA
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Ocorre no útero, com repercussões no corpo.
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Ocorre na cabeça, com repercussões no corpo.
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Existe a possibilidade de rejeição psicológica da gravidez.
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Rejeição impossível: estar grávido significa aceitação.
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O início da gravidez pode provocar náuseas e vômitos.
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Limpar a sujeira resultante pode dar náuseas e vômitos.
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Os hormônios da gravidez podem afetar o humor da gestante, que fica imprevisível e explosivo.
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Os hormônios e a instabilidade emocional dela podem afetar o seu humor: você fica de mau humor.
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A gestante gostaria de evitar o surgimento de estrias, celulite, etc.
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O gestante quer que a mulher evite o surgimento de estrias, celulite, etc.
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Desejos alimentares inquietam e tiram o sono
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Desejos alimentares acordam e não deixam dormir.
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A gestante pode sentir os movimentos do feto a partir da 20ª semana.
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O gestante tenta sentir os movimentos do feto a partir da 20ª semana.
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Após o parto, a mulher perde peso rapidamente.
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Após o parto, o homem não perde peso.
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