A catapora ou varicela é causada pelo vírus herpesvirus varicellae. Altamente contagiosa, embora benigna, chega a ficar incubada por até 21 dias e causa muito mal-estar e desconforto, principalmente nos bebês. Depois de contrair a doença uma vez, ela não volta, mas o vírus permanece no organismo, podendo ocasionar, na idade adulta o herpes-zoester ou cobreiro, em situações de baixa imunidade.

A contaminação se dá através da saliva, de secreções respiratórias, do contato direto com o líquido do interior das bolhas e, durante a gravidez, passa da mãe para o feto. O período de incubação é longo - entre 15 e 21 dias - o que pode explicar o índice de contágio de até 90%. Isso porque, mesmo sem apresentar sintomas, quem está infectado transmite o vírus desde dois dias antes das erupções se manifestarem até cinco dias depois da última lesão aparecer.

Sintomas & complicações

Os primeiros sintomas são semelhantes aos da gripe: mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça, cansaço e, em alguns casos, febre baixa. Entre 24 e 48 horas depois, surgem as características pintinhas vermelhas que se transformam em pequenas bolhas (de 250 a 500 por todo o corpo), cheias de líquido, e que coçam o tempo todo. Em cinco ou sete dias, ficam opacas ou formam crostas, secas e escuras, que caem, espontaneamente, em duas semanas.

Na maioria dos casos, a doença é benigna, mas pode trazer complicações, como infecção bacteriana secundária, pneumonia (provocada pelo próprio vírus ou em conseqüência da infecção bacteriana); distúrbios neurológicos. Mais raramente: osteomielite (processo inflamatório nos ossos), artrite (inflamação nas articulações), varicela hemorrágica, insuficiência hepática e coma. Na gravidez, há o risco de a mãe contaminar o bebê (síndrome da varicela congênita), causando baixo peso, cicatrizes cutâneas, alterações na visão e algumas malformações.

Tratamento em casa

O primeiro deles é não dar remédios ao bebê sem consultar o médico. E, manter a calma, já que, como qualquer outra doença virótica, a catapora vai desaparecer depois de seu tempo de atuação no organismo. Até lá, deve-se evitar a contaminação das lesões por bactérias, que vão se espalhar pelo corpo. Mantenha higiene total e os seguintes cuidados:

Corte as unhas do bebê bem curtinhas para que ele não se machuque ou provoque mais bolhas ao se coçar e escove-as com sabonete antiséptico.
Lave suas mãos e as do neném, várias vezes ao dia, também com sabonete antiséptico.
Ao dar o banho nele, dissolva, na banheira, um envelope de permanganato de potássio em cinco litros de água. Depois disso, aplique pomada de neomicina nas lesões com aspecto inflamado.
Não arranque as crostas, para que novas lesões não se abram.
Mantenha o bebê em repouso enquanto ele estiver com febre.
Paracetamol em gotas (1 gota/kg da criança) a cada quatro horas, aliviará a febre e o mal-estar.

Atenção!
Se aparecerem feridinhas na boca, ofereça alimentos leves (evite os salgados e as frutas cítricas) e muito líquido. Para os que usam mamadeiras, troque pelo copo, para que o bico não machuque seus lábios.

O pediatra precisa saber

Você deve comunicar ao médico se o seu filho está com a pele toda avermelhada; se existem crostas infeccionadas e/ou purulentas; se a coceira é intensa e não melhorou com o tratamento em casa; se a febre já dura mais que quatro dias ou chegou aos 39º; se ele se queixa de dor intensa.

Como prevenir?

Somente com a vacina, a partir dos 12 meses de idade. Embora não faça parte, ainda, do calendário básico brasileiro, pode ser encontrada nos consultórios de alguns pediatras ou em clínicas particulares.