De 1998 a junho de 2009, foram notificados 55.124 casos de sífilis congênita (transmitida da mãe para o bebê) em menores de um ano de idade no Brasil. São registrados, em média, 5 mil casos da doença a cada ano, mas a estimativa é de que ocorram 12 mil notificações. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (26).
Dos casos registrados em 2008, 39% (2.150) foram no Sudeste, 33,9% (1.872) no Nordeste, 13,4% (739) no Norte, 7,3% (403) no Sul e 6,3% (342) no Centro-Oeste. Em 10 anos, o país registrou 976 mortes em decorrência da sífilis congênita.
A partir de 2005, os casos de sífilis em gestantes também passaram a ser registrados. Do início da notificação até 2008, foram identificados 19.608 casos de mulheres grávidas com sífilis, sendo 6.955 só no ano passado. A estimativa é de que se contabilizem cerca de 48 mil mulheres grávidas com sífilis anualmente.
Para reduzir as taxas de transmissão vertical do HIV e da sífilis, o Ministério da Saúde lançou, em 2007, o Plano Nacional de Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis. O documento traz metas para redução dessas taxas até 2011. A intenção é aumentar o número de testes de sífilis realizados em gestantes de 2,1 milhões para 4,8 milhões. No caso dos testes anti-HIV, o quantitativo passará de 1,4 milhão para 2,3 milhões.
Durante a gravidez, a sífilis pode provocar aborto e morte do feto. Já sua manifestação congênita acarreta malformações ósseas, surdez, cegueira e problemas neurológicos, entre outros, para a criança. No caso do HIV, a transmissão vertical pode ocorrer durante a gravidez, no parto e nos primeiros meses de vida do bebê, por meio da amamentação.