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08/03/2010

Adolescentes

Como amá-los?

"... cabe aos pais, em primeiro lugar, esforçarem-se para manter uma relação aberta, espontânea, de confiança, da acolhida, de respeito e de alta tolerância com seu adolescente, sabendo que ele está atravessando uma fase de vida complicada e importantíssima para seu desenvolvimento futuro. “Há que se ser firme sem perder a doçura”. ????????? Ser autoridade é diferente de ser autoritário, como ser respeitado é diferente de ser temido. Do mesmo modo ser tolerante não significa ser venal, frouxo, inconsistente, bobo. (uma dessas???)" Ama-se aos filhos incondicionalmente, entretanto, muitas vezes, o amor ao filho adolescente passa por provações. Com alguma frequência se ouve a nomeação do adolescente como “aborrecente”. Essa é uma expressão no mínimo injusta, carregada de preconceitos e advinda de um sistema de referência restrito e rígido do adulto. Aborrecidos talvez sejam as pessoas crescidas que nomeiam, dessa forma, o ser humano na adolescência.

A adolescência se caracteriza pela instabilidade emocional, observada como altos e baixos no humor, pela consequente imprevisibilidade de reação, pela tendência à desobediência, manifesta pelo negativismo, pela oposição às autoridades instituídas. Tudo isso significa normalidade, significa padrão desejável de conduta. Para transformar-se em uma pessoa, o adolescente precisa psicologicamente se afastar do mundo dos pais, deixar de ser o bebê da mamãe e o filhinho do papai. A autonomia e a independência precisam ser conquistadas e, na maioria dos casos, isso se processa via confronto. Tem-se, por conseguinte, o “rebelde sem causa”, no qual o confronto é que verdadeiramente importa.

Cumpre assim, sempre ouvir o adolescente, pois ele precisa de um interlocutor atento, verdadeiramente interessado e paciente. É nas suas argumentações e contra-argumentações, nas suas réplicas e tréplicas, que o adolescente consegue ir estruturando seus próprios pontos de vista, às vezes semelhantes aos dos pais, às vezes opostos. São esses pontos de vista que mais tarde se transformam em valores e princípios próprios.

Forma de colocar limite varia com a idade

Limites são sempre necessários, seja na infância, seja na adolescência e, muitas vezes, mesmo na vida adulta, quando filhos ainda moram na casa dos pais. Porém, a forma de se colocar esses limites precisa ser diferente em cada idade. Verifico que com as crianças, mesmo com as bem pequenas, os pais costumam explicar, justificar os “nãos” exaustiva e desnecessariamente e, quando os filhos se tornam adolescentes, tendem a dar muitos “nãos” e sem justificá-los. Provavelmente cansaram de tanto explicar! Isso é totalmente errado, sendo correto justamente o contrário.

O “não”, a interdição colocada pelos pais tem sempre a função protetora. Em qualquer idade o número de “nãos” deve ser sempre reduzido. Os “nãos” devem ser ditos exatamente naqueles pontos onde os pais acreditam que é superimportante a interdição. Na infância não é preciso que se deem enormes explicações ou justificativas, pois a criança não é capaz da internalização de uma ética pessoal, quem sabe o que é bom, o que faz bem para a crianças são seus pais e não a própria criança. Já na adolescência, época do início do estabelecimento de uma ética própria, o filho necessita ser ouvido, ouvido e ouvido, quantas vezes forem necessárias.

Não significa que os pais devam sempre dizer sim. Normas, princípios e valores são transmitidos aos filhos mediante às atitudes dos pais em relação ao mundo em geral, mas também são ensinadas pela interdição colocada frente a determinadas situações de vida. Nem tudo é possível, sempre, o que acarretará frustrações. Porém, lidar com frustração, entreter tensão, adiar satisfação de desejo são aprendizados necessários em todas as etapas da vida.

Especialmente na adolescência, tal ensinamento e tal aprendizado não são fáceis, dadas as características psicológicas dessa faixa etária. Assim, cuidados devem ser tomados na relação pais-adolescente. Ajuda muito quando os pais têm o próprio desenvolvimento psicológico adequado à idade, quando são pessoas estáveis, tranquilas e têm boa qualidade de vida. Caso contrário, os conflitos vividos na relação com os filhos poderão serem maximizados pelos problemas não resolvidos dos pais com eles mesmos.

Quais cuidados devem ser tomados? A relação pais-adolescente é uma relação delicada que deve ser “cerimoniosa”. Pais gostam muito de perguntar sobre amigos, namorado (a), eventos, etc., muitas vezes por ansiedade e medo do que possa ocorrer com seu filhinho (a), sendo que o adolescente, em geral, detesta ser interrogado. Em um ambiente familiar onde a confiança impera, onde os pais têm a expectativa de participar do mundo dos filhos, mas se contêm, espontaneamente o adolescente faz relatos sobre sua vida.

Com frequência os adolescentes usam de omissões e mentiras. As omissões são esperadas e até desejadas. Nessa idade, os pais não controlam o mundo interno de seus filhos, que têm a necessidade e o direito de experimentarem serem sujeitos de sua ação e responsáveis por ela. Assim, não precisam estar contando aos pais tudo o que lhes acontece. Entretanto, mentiras não são toleradas em qualquer idade. Geram perda de confiança e determinam mais necessidade de mais controle e restrições.

Muitas vezes o adolescente, supõe que vai receber um não frente ao seu pedido, mente sobre o que irá fazer. Outras vezes, supõe que será punido por algo que fez e não deveria e mente para evitar castigos. Quando o que se supõe não pode ser objetivamente verificado tem-se um problema de comunicação. São os problemas de comunicação que trazem as mentiras, a desconfiança, a falta de crédito na relação pais-adolescente.

Assim, cabe aos pais, em primeiro lugar, esforçarem-se para manter uma relação aberta, espontânea, de confiança, da acolhida, de respeito e de alta tolerância com seu adolescente, sabendo que ele está atravessando uma fase de vida complicada e importantíssima para seu desenvolvimento futuro. “Há que se ser firme sem perder a doçura”. ????????? Ser autoridade é diferente de ser autoritário, como ser respeitado é diferente de ser temido. Do mesmo modo ser tolerante não significa ser venal, frouxo, inconsistente, bobo. (uma dessas???)

Como em todas as relações humanas, discussões são esperadas, mas quando elas se transformam em brigas, surgem os gritos, os berros e as ameaças. A falta de controle leva a se dizer aquilo que jamais deveria ser dito, de ambos os lados, abrindo feridas difíceis de serem reparadas. Um estresse crônico vivido na relação pais-adolescente é lesivo para todos.


Autor: Ceres Araujo
Fonte: Vya Estelar

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