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Doutor, quero diminuir os dedos do meu pé!
 
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23/03/2010

Doutor, quero diminuir os dedos do meu pé!

Ortopedista explica os diferentes tamanhos dos dedos dos pés

O tamanho dos dedos dos pés incomoda muita gente. Mas isto não é motivo para desespero. Apesar de até poucas décadas cientistas acreditarem que os diferentes formatos dos pés poderiam caracterizar uma anomalia, as coisas mudaram. Os pés são diferentes de uma pessoa para outra e até na comparação entre o direito e o esquerdo, claro! Não só os pés são de tamanhos e formatos variados, como os dedos também, às vezes compridos demais, curtos demais ou mesmo bem gordos ou fininhos. Tudo depende da constituição física de cada um. Tem gente até que tem seis dedos em cada pé! Portanto, se você acha que os dedos do seu pé são muito diferentes, não se preocupe: não há necessidade de diminuir, cortando a ponta ou qualquer coisa assim. Há alguns casos em que a cirurgia corretiva é necessária, mas apenas quando houver de fato a orientação de um especialista.

De acordo com o formato das pontas, os pés são classificados em: grego, egípcio e quadrado. Os tipos são determinados justamente pelo tamanho dos dedos. No grego, o segundo dedo é mais comprido que o seu vizinho, o primeiro dedo, mais conhecido como dedão (denominado cientificamente como hálux, termo que vem do latim), e a partir deles, os tamanhos vão diminuindo até o quinto dedo. No formato egípcio, o maior dedo é o dedão e os outros quatro vão diminuindo progressivamente até o menor. No quadrado, os cinco dedos têm praticamente o mesmo comprimento. Outro ponto a se considerar quanto ao formato da ponta dos pés é que, tanto o grego quanto o egípcio podem apresentar duas variações: estreito ou largo, determinadas justamente pelo conjunto que envolve a largura e a distância entre os dedos. As estatísticas estimam que o pé grego seja o mais comum, 60% das pessoas; o egípcio está presente em quase um terço da população; e apenas cerca de 10% têm o formato quadrado.

A herança genética pode incomodar, mas se não é causa de problemas de saúde, não aponta para a real necessidade de cirurgia. Não há porque pensar em mudanças radicais ou tratamentos invasivos. Muitas pessoas se preocupam com isso, mas basta observar os pés de outras pessoas, para ver o quanto os dedos são diferentes e que isto não interfere no ato de caminhar, no equilíbrio ou na postura. Explicado isto, há casos em que há necessidade de cirurgia para cortar alguma coisa nos pés?

Deformidades nos dedos dos pés

Atualmente, existem técnicas variadas para cuidar de cada caso. Cabe ao ortopedista avaliar a necessidade de fazer cirurgia, o que vai depender do grau da deformidade. Em ortopedia, as cirurgias são indicadas quando existe dor ou um problema funcional, como a falta de movimentação. Então, a cirurgia em dedos é recomendada se eles causam incômodo quando os pés estão calçados, por serem tortos a ponto de encavalarem uns sobre os outros, por exemplo. Há caso de formação de calos ou dores que impossibilitam o uso de calçado. Uma situação que não é muito comum é o gigantismo em dedos, considerado uma aberração, que é tratado com cirurgia para cortar ossos e tirar os excessos, reduzindo o tamanho. Às vezes, o procedimento para a redução faz com que o dedo fique mais duro, porém, isto não compromete o funcionamento do pé.

Na região do dedão, joanete é a denominação popular para Hálux Valgus, uma elevação que se forma no osso metatarsiano do primeiro dedo do pé por causa do encurtamento do músculo que faz estender os dedos; pelo excesso de movimentação do primeiro osso do meio do pé; ou em razão da queda do arco da frente, formado pelos ossos do pé. A degeneração da articulação leva à deformação do osso, que forma uma saliência. O joanete atinge 30% da população e a incidência é 20 vezes maior nas mulheres do que em homens. O joanete pode ser provocado por doenças degenerativas como artrite reumatóide, gota, hereditariedade – pés planos (chatos) e pés cavos (altos), frouxidão nos ligamentos ou por alterações neurológicas como derrame, paralisia cerebral, trauma de coluna (medular). É importante lembrar que essa saliência — causada também por um desvio lateral e um ângulo agudo da articulação do dedão ou do dedinho —, costuma provocar constante pressão sobre a articulação dos demais dedos, que com o decorrer do tempo ficam curvos e salientes. Quando o desvio é pequeno, o joanete não incomoda. Em desvios mais acentuados a dor pode ser muito forte, tornando impossível o uso de sapatos comuns. O uso de palmilhas, aparelhos e afastadores pode trazer algum alívio por melhorar o posicionamento, mas não previne nem corrige a deformidade. Dependendo do grau da deformidade, costuma ser indicada a cirurgia. O profissional dispõe de uma centena de técnicas, que dispensam o uso de gesso ou fios.

Há o problema de alteração da posição dos dedos, que ficam em posição flexionada, o que pode provocar dor e calos. Nesse caso, o vilão do problema é o sapato apertado. São três os problemas nomeados de acordo com a parte do dedo na qual se acentua a flexão: o dedo em malho, dedo em martelo e o dedo em garra. As articulações envolvidas são a ponta do dedo, a do meio do dedo e a que une o dedo à planta do pé. O primeiro, também conhecido como dedo em golfe (por causa da aparência que lembra um taco), ocorre na articulação mais próxima à ponta do dedo. O dedo em martelo surge com o comprometimento da articulação do meio. O dedo em garra é uma deformidade mais complexa e faz com que o dedo fique flexionado em arco – envolve todas as articulações, com a dor refletindo na planta do pé, e pode chegar a impedir o uso de sapatos fechados ou com solados finos e duros. Estas deformidades podem apresentar-se na forma rígida e flexível e é o ortopedista que deve avaliar e orientar no tratamento. Calçado apropriado, aparelhos de contenção e dedeiras de silicone aliviam os sintomas, sem corrigir o problema. Nesse caso, a cirurgia pode ser indicada, envolvendo cortes em ossos ou fios metálicos.

A polidactilia é uma anomalia que pode ocorrer tanto nos pés quanto nas mãos, causada por herança genética, que faz com que a pessoa tenha seis dedos. No entanto, não costuma causar problemas. Caso, entretanto, a pessoa, queira alterar essa configuração por razões estéticas, a cirurgia pode ser indicada, envolvendo a remoção de um dedo. A sindaclia também é uma anomalia congênita da mão ou do pé, caracterizada pela presença de uma membrana entre dedos adjacentes. Duas são as suas classificações: simples indicam apenas união de pele ou de tecidos moles e as complexas assinalam ligação de elementos ósseos.

Também existe a possibilidade do uso de próteses (preparadas com materiais modernos), que aumentam o tamanho dos dedos. A técnica é utilizada porque há mulheres que sofrem por acharem seus pés horríveis, justamente, por terem dedos pequenos demais. As próteses ajudam a embelezar os pés e elas podem realizar o sonho de usar sandálias. De toda forma, os procedimentos cirúrgicos só podem ser indicados por médicos especialistas.

A saúde dos pés

Deformidades e outros problemas (bolhas, unha preta, verruga, olho de peixe) alteram os tamanhos dos dedos e afetam a estética da beleza dos pés. Ouço muita gente reclamar que acha seus pés feios. Mesmo quem tem herança genética ou doenças que afetam o bom funcionamento dos pés pode cuidar para que eles estejam sempre saudáveis. Cuidar da higiene, com uma boa limpeza com água e sabonete, e da hidratação, é fundamental para que bactérias, vírus e fungos não penetrem pela pele, além de evitar descamações, fissuras e coceiras. O pé também precisa ficar ao ar livre para evitar odores, muitas vezes fortes como o popular chulé, causados pela transpiração ou pela facilidade dos microorganismos se instalarem, justamente pela falta de ar e luz. Massagear todas as regiões dos pés, ao final do dia, ajuda a restabelecer a circulação e funciona como uma prevenção a cãibras e dores musculares. Após a massagem, coloque as pernas para cima por alguns minutos.

Para evitar o joanete e calos, destaco: evitar o uso de sapatos de bico fino ou salto alto, privilegiar o uso de calçados adequados ao tipo de pé e que sejam folgados. Além disso, faça diariamente uma ginástica para os pés. É muito simples! Contraia os dedos para frente como se fosse pegar um objeto com os pés. Apóie o calcanhar no chão e levante o pé, formando um ângulo reto. Depois, relaxe e inicie novamente. Bolhas também são evitadas com o uso de sapato confortável.

Ao entrar em contato com o solo, os pés agem no controle postural, equilíbrio, apoio, impulsão, absorção de impactos e distribuição do peso corpóreo. O pé é uma máquina perfeita de sustentação do corpo e fundamental para promover a sua mobilidade. Tem estruturas que suportam todo o peso do corpo, sendo capazes de impulsionar ou suportar até três vezes o peso da pessoa em uma queda. Formado por 26 ossos e 40 articulações, com 31 músculos e vários nervos e vasos, tecido adiposo, glândulas, pele e anexos cutâneos. Seu funcionamento assemelha-se ao de uma alavanca.

Quanto aos dedos, em caso de dúvida, é aconselhável consultar um ortopedista para mais informações. Lembro que há quem diga que quem tem o segundo dedo do pé grande é mais inteligente; ou que há relação entre o dedão e a sexualidade; ou mesmo que mulher com o segundo dedo maior que o dedão manda no marido…. Verdade ou não, estes são temas não incluídos na esfera de atuação dos profissionais de medicina.

Médico ortopedista graduado pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) com residência médica no Hospital do Servidor Público Estadual, especialização em coluna vertebral pelo Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho (Santa Casa de Misericórdia de São Paulo) e mestre em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, dr. Fabio Ravaglia foi o primeiro brasileiro aceito pelo programa do Royal College of Surgeons of England, onde se especializou em ortopedia reumatológica (próteses e revisão de próteses articulares, artroscopia de várias articulações, tratamento de dor na coluna e traumatologia). Durante quatro anos atuou como cirurgião ortopédico em hospitais ligados à Universidade de Bristol, na Inglaterra, país reconhecido pelo pioneirismo no desenvolvimento de próteses e de técnicas de ortopedia reumatológica. Na Alemanha, dr. Ravaglia fez especialização nas mais avançadas técnicas para cirurgias de coluna minimamente invasivas, realizadas com um aparelho do tamanho de uma caneta e com anestesia local. A técnica é utilizada para cirurgias de hérnia de disco.

Em 1994, o ortopedista voltou ao Brasil e passou a atuar com um avançado tratamento cirúrgico para problemas das articulações — a artroscopia, técnica cirúrgica que minimiza as desvantagens da cirurgia e reduz as dores provocadas pela artrose, artrite, traumatologia e hérnia de disco. O dr. Ravaglia é também membro do corpo clínico externo dos hospitais Albert Einstein, Oswaldo Cruz e Santa Catarina; diretor-presidente da Arthros Clínica Ortopédica; membro emérito da Academia de Medicina de São Paulo (cadeira 118, patrono Ernesto de Souza Campos); e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT. Desde 2005, o dr. Fabio Ravaglia preside o Instituto Ortopedia & Saúde, organização não-governamental que tem a missão de difundir informações sobre saúde e prevenção a doenças e que organiza o Projeto Cidadania – Caminhadas com Segurança, evento mensal que incentiva a atividade física e conta com uma feira de saúde aberta à população para a realização de exames gratuitos.


Autor: Fabio Ravaglia
Fonte: Printec Comunicação

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