A mobilização de gaúchos e catarinenses contra o flagelo do crack ingressou em nova etapa ontem, ampliando suas ações pela prevenção, pelo reforço da ação contra o tráfico e pela busca de tratamento aos dependentes. Nesta nova etapa, a campanha Crack, Nem Pensar também voltará suas atenções para a família e os amigos dos usuários – igualmente atingidos pelos efeitos perniciosos do entorpecente.
O segundo round da campanha foi apresentado durante a 12ª edição do Painel RBS, em Porto Alegre. Autoridades como o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, participaram do evento, transmitido ao vivo dos estúdios da RBS TV por uma rede de 18 emissoras, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, pelas rádio Gaúcha, em Porto Alegre, e CBN Diário, em Florianópolis, além do clicRBS.
Lançada em maio passado, a Crack, Nem Pensar inicialmente se dedicou a alertar sobre a epidemia que já atormenta mais de 55 mil lares gaúchos e avança no território catarinense. A partir de agora, a campanha se concentrará mais na prevenção e na busca de saídas definitivas para a epidemia.
– Não é uma campanha da RBS, mas da sociedade brasileira. O esforço é para salvar vidas. O combate ao crack exige de todos nós uma atitude. Juntos estamos dispostos a encontrar saídas, juntos poderemos vencer o crack – destacou o presidente do Grupo RBS, Nelson Sirotsky.
Nos estúdios da RBS TV, durante o lançamento da segunda fase da campanha, os comunicadores Tulio Milman e Mario Motta, apresentador do Jornal do Almoço em Florianópolis, entrevistaram o ministro da Saúde. Temporão anunciou que será realizada uma pesquisa nacional para dimensionar o alastramento do crack e o perfil dos usuários. Começará por Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. O último levantamento, de 2005, considerado defasado, apontou que 0,1% dos brasileiros tiveram contato com a droga.
– Essa é uma droga relativamente recente, que vem crescendo de forma assustadora – observou o ministro.
Muitas autoridades compareceram ao Painel RBS, como o ex-prefeito José Fogaça, o presidente da Assembleia Legislativa, Giovani Cherini, e o secretário estadual da Saúde, Osmar Terra. Nelson Sirotsky relatou aos participantes que a Crack, Nem Pensar prosseguirá aproveitando as conquistas obtidas em 2009. No ano passado, mais de 2 milhões de pedras foram apreendidas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Também aumentaram as queixas contra traficantes. Nelson Sirotsky lamentou que o crack faça parte das comunidades, impondo sofrimento, insegurança e destruição. A droga agravou a criminalidade e já está relacionada à maioria dos delitos.
– O que pode ser mais triste do que ver nossos jovens nas calçadas, em meio ao lixo, dispostos a matar e a roubar por uma pedra de crack? – perguntou o presidente do Grupo RBS.
Outra novidade, para este ano, é a adoção de projetos sociais de prevenção às drogas, notadamente o crack. Vinte instituições gaúchas e catarinenses, situadas em 18 regiões de abrangência da RBS, estão habilitadas a receber, cada uma, até R$ 20 mil em doações.
As doações e a execução dos projetos serão acompanhadas pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho. A fundação dobrará automaticamente o valor arrecadado, em favor da instituição escolhida, até o limite de R$ 10 mil por entidade. No final, a mobilização pode resultar no repasse de até R$ 400 mil.
Gaúchos e catarinenses estão convidados a vestir o símbolo da segunda fase, uma pulseira, com três opções de cores – vermelho, preto e cinza –, com as inscrições Crack, Nem Pensar. Em parceria com o Banrisul, os adereços serão distribuídos a partir da segunda quinzena de abril. A primeira leva é de 500 mil unidades. Outros parceiros deverão se juntar à iniciativa.
