A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença prevalente, frequentemente tratada na atenção primária. São necessários dados observacionais sobre o tratamento na atenção primária, para detectar áreas de problemas e desenvolver intervenções direcionadas para a melhoria do tratamento da DPOC.
Este é o tema de um estudo realizado na Universidade de Ghent (Bélgica) e publicado no periódico The Annals of Pharmacoterapy. A amostra consistiu em 555 pacientes com 68,6 anos em média; 73,4% do sexo masculino e 37,2% fumantes atuais. A vacinação contra influenza foi significativamente menor entre os pacientes com < 65 anos (65,7%), comparados àqueles idade ≥ 65 anos (86,2%; p < 0,001). As combinações fixas de corticoides inalatórios e b2-agonistas de longa duração foram as medicações mais frequentemente utilizadas.

Cerca de 48% dos pacientes não aderiam ao tratamento (adesão < 80%), 47% eram adeptos (adesão de 80-120%) e 5% eram superadeptos (adesão > 120%). Os preditores para não adesão foram idade e número de drogas. Vinte e um porcento dos pacientes cometiam erros importantes na técnica de inalação, necessitando de medicação de resgate; todos estes erros ocorreram com inaladores pressurizados dosimetrados.
portanto, este estudo mostra que o tratamento para DPOC na atenção primária necessita de melhorias em 4 aspectos: adesão ao tratamento, técnica de inalação, vacinação contra influenza no grupo com < 65 anos e cessação do tabagismo.

Fonte: The Annals of Pharmacoterapy, Volume 44, Number 2, 2010, Pages 257-266.