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O futuro é agora para os laboratórios de manipulação
 
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14/05/2010

O futuro é agora para os laboratórios de manipulação

Artigo de Sérgio Marques, presidente do Laboratório Buenos Ayres, de São Paulo

Prática trazida pelos jesuítas, que preparavam remédios com plantas medicinais nativas baseados nos conhecimentos dos pajés das tribos que aqui habitavam, a manipulação de medicamentos, no Brasil, surgiu praticamente junto com as primeiras farmácias que dispensavam drogas trazidas da Europa.

Com o estabelecimento das primeiras indústrias farmacêuticas no país, na década de 1950, no entanto, a manipulação de medicamentos foi abandonada pela maioria das farmácias, que passaram a se dedicar apenas à dispensação dos industrializados, por força da necessidade de sobrevivência. Houve, então, um período de baixa para o segmento, e a manipulação só voltou a ganhar força a partir da década de 1970, já como uma atividade restrita a farmacêuticos, para, nas décadas seguintes, crescer de forma vertiginosa.

Hoje, existem funcionando formalmente no país, cerca de sete mil estabelecimentos dedicados a essa prática, o que faz do mercado brasileiro de manipulação o maior do mundo. Se esse rápido crescimento foi bastante positivo, por um lado, por outro, deixou evidente a necessidade de normatização do segmento, com o estabelecimento de boas práticas de manipulação, rigorosas medidas de controle de qualidade e aperfeiçoamento técnico-científico dos profissionais farmacêuticos.

Afinal, os laboratórios de manipulação existem para produzir medicamentos especiais e individualizados, na dose certa, na forma farmacêutica mais apropriada, e, só cumprindo de forma exemplar sua missão, é que se justificam.

Por isso mesmo, e até para conquistar a confiança e a credibilidade de alguns médicos ou pacientes que ainda resistem a receitar ou usar o medicamento manipulado, o setor vem investindo muito. É imprescindível que as farmácias de manipulação disponham de uma estrutura tecnológica e humana altamente especializada, já que sua atribuição exige operações farmacotécnicas muito detalhadas e diversificadas, que não admitem falhas.

A busca pela garantia da qualidade dos produtos manipulados é quase uma obsessão aos empresários do setor. O controle de qualidade abrange desde a aquisição da matéria-prima até o acompanhamento terapêutico, passando por todas as etapas do processo de elaboração do medicamento.

O resultado de toda essa preocupação e dos investimentos é positivo. Contamos hoje, no Brasil, com um modelo de farmácia magistral muito específico, com a adoção de técnicas e equipamentos modernos, que garantem um alto grau de qualidade e segurança. Dispomos de equipamentos de ponta, desenvolvidos especialmente para a produção de medicamentos em pequena escala, além de softwares que contribuem para a qualidade dos produtos, por disponibilizar rapidamente e com segurança informações aos farmacêuticos sobre dosagens, incompatibilidades, interações medicamentosas, efeitos adversos e farmacodinâmica.

A Agência nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, tem feito sua parte, regulamentando cada vez mais o setor. Estabeleceu parâmetros fixos para controlar a qualidade das matérias-primas e das preparações e garantir a eficácia dos medicamentos manipulados, contribuindo para a evolução do segmento (RDC ANVISA nº 67, de 8 de outubro de 2007).

Definitivamente, ficaram para trás as pequenas boticas que preparavam apenas fórmulas mais simples de cremes e loções. As farmácias de manipulação de agora possuem uma estrutura que permite produzir praticamente qualquer medicamento – dos mais simples aos mais sofisticados - e oferecer o tratamento terapêutico adequado a cada paciente, com medicação personalizada, dosagens específicas, de acordo com sua real necessidade. Entre outros benefícios, o medicamento manipulado evita o desperdício e, é bom lembrar, impossibilita a automedicação, que tantos problemas causam, por só ser adquirido com receituário médico.

Podemos afirmar, com segurança, que o setor tem conseguido atingir os seus propósitos. Tem conquistado a confiança e a credibilidade que vem buscando. Afirmamos isto com base no crescimento do mercado e por assistirmos, no dia a dia, a adesão cada vez maior da população à opção por medicamentos manipulados.

Mas ainda é preciso que os que atuam no segmento continuem investindo e adotando medidas que façam com que a resistência a esse tipo de medicamento deixe de existir de vez. Campanhas de orientação aos consumidores, visitação a médicos para esclarecer dúvidas, disponibilização de informações em sites e publicações são algumas das práticas mais comuns para isso. Desde o final de 2009, a empresa que dirijo resolveu ir além. Abrimos nossos laboratórios à visitação técnica de clientes e pessoas interessadas em conhecer como funcionam os nossos laboratórios. As visitas ocorrem uma vez por semana, com agendamento prévio, e são acompanhadas por farmacêuticos capacitados a explicar os processos e esclarecer dúvidas.

O consumidor tem o direito de saber como é feito o medicamento que ele irá usar e, somente com informações precisas, com conhecimento, ele vai adquirir a confiança e a tranquilidade que merece ao optar pelo produto manipulado. Bem informado, ele ficará muito mais exigente, o que é ótimo, principalmente, em se tratando da sua saúde.

O futuro do segmento da manipulação de medicamentos é agora, é hoje. Temos de saber conduzi-lo para garantir que qualquer alteração, se houver, seja para melhor.

*Sérgio Marques é diretor do Laboratório Buenos Ayres, fundado há mais de 60 anos, em São Paulo, por seu avô, o farmacêutico Álvaro de Queiroz Marques.


 

 


Autor: Sérgio Marques
Fonte: Maria Consolação - HT

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