A vermelhidão causada pelo consumo de álcool, por vezes acompanhada de náuseas e palpitações, é causada principalmente pela deficiência em uma enzima chamada de ALDH2. Esta deficiência aumenta o risco de se desenvolver câncer de esôfago que é um dos mais letais no mundo todo.

O estudo publicado na revista médica Plos foi conduzido pelo National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism. A pesquisa foi feita com voluntários japoneses, já que esta deficiência é muito comum entre as populações da parte mais oriental da Ásia.

A deficiência resulta de problemas na enzima que metaboliza o álcool, a Aldeído-Desidrogenase-2, causando no corpo a acumulação de uma toxina chamada de acetaldeído. De acordo com o estudo, as pessoas ALDH2-deficientes acabam por sentir os efeitos do álcool rapidamente, e, por isso, elas têm uma menor probabilidade de desenvolver o alcoolismo. Entretanto, o risco de câncer de esôfago aumenta significativamente.

O câncer de esôfago é um dos dez tipos mais frequêntes no mundo, e é tumor maligno de maior incidencia em homens em várias cidades brasileiras. A cada ano, são diagnosticados 20.350 novos deste tipo de câncro, causando mais de 8.500 mortes.

É importante lembrar que a deficiência da ALDH2 não aumenta o risco de câncer de esôfago em pessoas que não bebem.

O diagnóstico do câncer de esôfago é difícil por não causar sintomas específicos. Por outro lado, é muito simples se diagnosticar a deficiência da enzima ALDH2, o teste consiste em aplicar na pele um pano embebido em álcool, se após 10 ou 15 minutos a pele da pessoa ficar vermelha, ela tem grandes possibilidades de ser ALDH2-deficiente.

Referências

Public Library of Science - Disponível em: www.plos.org

Instituto Nacional de Câncer - Disponível em:www.inca.gov.br

RAFE, Informações e Saúde - Disponível em: www.rafe.com.br