A equipe de especialistas em Cirurgia Vascular e Endovascular e de Ecodoppler do Hospital Nossa Senhora das Graças realiza a técnica de angioplastia sem uso de contraste - guiada por ecodoppler. “O procedimento não utiliza o contraste iodado, ou seja, uma substância que pode prejudicar os rins do paciente”, explica o Cirurgião Vascular e Endovascular do HNSG, Marcio Miyamotto.

Para o médico, o risco dos pacientes desenvolverem insuficiência renal por causa do contraste é alto, principalmente se este já tiver uma função renal comprometida, como é o caso dos pacientes diabéticos. “Por isso, nesses pacientes, o uso do contraste deve ser usado com muita cautela”, alerta.

Embora as técnicas de angioplastia convencional e a angioplastia guiada pelo ecodoppler sejam o mesmo procedimento – ou seja, consiste na dilatação da artéria obstruída por placas de gordura através da insuflação de um pequeno balão, para permitir a passagem do sangue pelos vasos sanguíneos. Na angioplastia convencional, o contraste iodado é utilizado para a visualização dos vasos sanguíneos. “A substância é utilizada para ‘corar’ ou tornar ‘visível’ o vaso sanguíneo através da visualização pelo exame de raio-X contínuo”, explica.

Já com essa técnica, sem o uso do contraste, todo o procedimento pode ser realizado com auxílio do ecodoppler colorido. “O aparelho fornece imagens da introdução e o posicionamento dos fios guias, cateteres e balões de angioplastia, sem a necessidade da utilização do contraste”, explica o cirurgião e acrescenta. “Além de guiar a introdução dos materiais, o ecodoppler, também pode nos dar informações sobre o resultado da angioplastia no momento da realização do procedimento, através da análise das características do fluxo sanguíneo”, complementam os médicos ecografistas vasculares, também do HNSG Aguinaldo de Oliveira e Graciliano França.

Benefícios

Para o Dr. Márcio, essa técnica apresenta bons resultados e baixos índices de complicações. “Essa opção técnica de angioplastia periférica dirigida por ecodoppler tem indicações precisas e tem como objetivo eliminar as reações alérgicas graves ao uso do contraste iodado e principalmente preservar os rins em pacientes com função renal muito diminuída”.

Antes da introdução dessa técnica, de acordo com o médico, pacientes muito graves ou com contraindicação ao uso do contraste iodado permaneciam sem tratamento adequado. “Em alguns casos eles eram submetidos a um tratamento com alto índice de complicações, desde reações alérgicas leves até as mais severas, como o choque anafilático (raro), problemas no sistema cardiovascular (arritmias e descompensação de insuficiência cardíaca) e principalmente a falência renal.”

O outro benefício, salienta o cirurgião endovascular, é o tempo de internação que pode ser menor, pois o paciente não precisa ter um preparo antes do procedimento. “Já os pacientes que fazem o uso do contraste são submetidos à hidratação endovenosa horas antes do procedimento, além de medicação para diminuir o risco de insuficiência renal”, conta o Dr. Miyamotto. A recuperação também pode ser mais fácil e rápida. “Isso pode ocorrer porque o procedimento não usa o contraste, responsável por muitos efeitos adversos no pós-operatório”, finaliza.