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Adultos podem sofrer com o transtorno de alimentação seletiva
 
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09/12/2010

Adultos podem sofrer com o transtorno de alimentação seletiva

Indivíduos não só evitariam alguns tipos de comidas, mas se dizem incapazes de comer certos alimentos

Pessoas que selecionam demasiadamente os alimentos que comem, da mesma forma como algumas crianças fazem (as chamadas pick eaters) podem sofrer com um transtorno que vem sendo observado há pouco tempo pelos pesquisadores: o transtorno de alimentação seletiva.

Esses indivíduos não só evitariam alguns tipos de comidas (coisa que a maioria das pessoas faz vez ou outra), mas se dizem incapazes de comer certos alimentos. “Pessoas que são seletivas nesse nível não estão fazendo somente algo como evitar comer certos vegetais, ou então carne, porque não estão com vontade ou por opção, mas porque criam uma regra complexa, quase irracional, que não é alterada jamais”, explica Nancy Zucker, pesquisadora de transtornos alimentares – incluindo esse que é um diagnóstico ainda não oficial segundo o DSM, o livro de classificações oficial dos transtornos mentais – da Universidade de Duke, nos EUA.

Nos casos atendidos por Zucker, algumas pessoas chegavam a ter problemas no trabalho, nas suas vidas sociais e também se preocupavam com o modelo de comportamento que estavam passando para seus filhos.

Zucker aponta que a maioria dessas pessoas fica embaraçada quando tem de explicar o motivo de seus repertórios alimentares serem tão reduzido e chegam a esconder o transtorno, evitando ir a eventos sociais onde haja comes e bebes ou então criando desculpas para contornar os questionamentos sobre sua alimentação.

A prevalência desse tipo de comportamento pode ser alta, diz Zucker, que com uma equipe de pesquisadores chegou a fazer uma coleta de dados on-line sobre adultos com traços de pick eaters. A resposta inicial foi de mais de 7.500 pessoas, sendo que outros 11 mil indivíduos não completaram o questionário até o final.

As análises preliminares desses dados sugerem que esse tipo de transtorno tem traços distintos de outros tipos de transtornos alimentares. O questionário também procurou identificar traços de outras condições, como o transtorno obsessivo-compulsivo, anorexia e bulimia nervosa, por exemplo.

Os pesquisadores observam, ainda, que os comedores seletivos tendem a gostar de uma série de alimentos em comum, especialmente aqueles industrializados e com sabores pouco acentuados. Entretanto, eles também gostam de comidas salgadas, especialmente as batatas fritas. As carnes são limitadas ao máximo e os vegetais, frutas e bebidas alcoólicas são considerados quase intragáveis.

Uma hipótese é que esses indivíduos tenham um paladar acima do normal, o que as faria sentir sabores que podem afastá-las de certos alimentos. Mas os pesquisadores evitam explicar com certeza essa seleção alimentar, pois sabores fortes não são necessariamente ruins e muitas pessoas com paladares apurados não são extremamente seletivas. Outra hipótese seria que os comedores seletivos podem basear suas escolhas em outras pistas sensoriais além do paladar, como cheiro, aparência e textura de certas comidas. “Alguns alimentos podem não parecer como algo a ser consumido por alguns indivíduos”, diz Zucker.

Os pick eaters adultos também podem ter alguma associação negativa com a comida. Isso poderia ser reflexo de um problema gastrointestinal na infância, por exemplo. Ou então pode ser resultado de eventos traumáticos envolvendo o horário ou o ritual da alimentação.

Crianças podem se tornar comedores seletivos quando o ambiente onde ocorrem as refeições é coercivo ou tenso, explica Zucker. “As refeições em família deveriam ser positivas. Não é o local onde uma briga entre os pais ou cobrança por resultados acadêmicos devem ocorrer. E se isso ocorre com certa frequência, as crianças podem associar as comidas, os cheiros e as texturas a essa experiência negativa”, diz.

Os pais têm papel fundamental nessa e em outras atitudes à mesa. “Todos têm algo que têm dificuldade de lidar. As crianças precisam aprender a lidar com seus problemas alimentares ou isso, como vemos, pode se tornar um problema em longo prazo”, diz Ellyn Satters, nutróloga envolvida na pesquisa.

Para contornar o problema, diz Zucker, o primeiro passo é aumentar, aos poucos, o repertório alimentar do indivíduo. Ao mesmo tempo, os amigos e a família têm de ajudá-los também, não forçando esses indivíduos a experimentar algo diferente em uma reunião social. “Essas pessoas não estão fazendo isso porque querem, mas porque têm, possivelmente, um transtorno, e precisam de apoio para se sentir seguras e ampliar o rol de alimentos que as interessa”, finaliza.

Autor: Redação
Fonte: UOL - O que eu tenho?

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