Os médicos das equipes do programa Estratégia de Saúde da Família (ESF) do Rio Grande fazem paralisação nesta segunda, 13, para lutar por melhores condições de trabalho, plano de carreira e para assegurar profissionais na assistência da população. Com remuneração entre as mais baixas do Estado, o programa registra falta de médicos entre as 26 equipes, que deve se agravar nos próximos meses com a saída de profissionais para programas de residência médica.
A categoria apresentou proposta à Prefeitura e cobrou compromisso do gestor do SUS com a criação de um Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos (PCCV), mas não obteve resposta. Nos postos, apenas atendimentos que não envolvem procedimentos médicos devem sr realizados. O protesto começa às 9h, com concentração em frente à Secretaria Municipal da Saúde.
A partir das 14h, o grupo, liderado pelos dirigentes dos Sindicatos Médicos do Rio Grande (SIMERG) e do Estado (SIMERS), fará passeata até a Prefeitura, com saída da Câmara de Vereadores. Os dois sindicatos publicaram nota oficial, na última quinta, 9, comunicando a população sobre o movimento.
O presidente do SIMERS, Horácio Brum, reforça que os vencimentos não valorizam a importância dos médicos nas comunidades, o que gera pedidos de demissão e desinteresse em atuar nos postos. Hoje são 25 médicos, deixando uma das equipes sem o profissional. "Há um cenário generalizado de desvalorização dos médicos e a população é quem mais sofre com isso", destaca Brum.
A mobilização foi comunicada ao Ministério Público, Conselho Regional de Medicina (Cremers) e Conselho Municipal de Saúde. Brum informa que recentemente a prefeitura divulgou valores que não refletem a média salarial dos profissionais da ESF, hoje de até R$ 4 mil. Horácio lembra ainda que, de acordo com recomendação da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), o piso salarial da categoria, para uma carga horária de 20 horas, é de R$ 8.594,35.