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Feijão transgênico da Embrapa é aprovado pela CTNBio

A CTNBio  (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) aprovou a liberação para cultivo comercial do feijão geneticamente modificado desenvolvido pela Embrapa  (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A votação aconteceu  nesta quinta-feira (15) em Brasília. 

O feijão é resistente ao vírus do mosaico dourado, pior praga da cultura no Brasil e América do Sul. Esta é a primeira planta transgênica totalmente produzida por instituições públicas de pesquisa brasileiras. Com a aprovação pela CTNBio, as sementes transgênicas serão multiplicadas e devem chegar ao mercado dentro de dois a três anos.

As novas sementes, resultado de mais de 10 anos de pesquisa, garantem vantagens econômicas e ambientais, com a diminuição das perdas, garantia das colheitas e redução da aplicação de produtos químicos no ambiente, afirma a instituição.

No Brasil, o mosaico dourado está presente em todas as regiões produtoras de feijão e, se atingir a plantação ainda na fase inicial, pode causar perdas de até 100% na produção. Segundo estimativas da Embrapa Arroz e Feijão, os danos causados pela doença seriam suficientes para alimentar de cinco a 10 milhões de pessoas.

Para chegar às variedades geneticamente modificadas, os pesquisadores utilizaram quatro estratégias de transformação genética. Eles modificaram geneticamente a planta para que ela produzisse pequenos fragmentos de RNA que ativam o mecanismo de defesa contra o vírus do mosaico dourado. A grande vantagem dessa nova técnica é que não há produção de novas proteínas nas plantas, pois o mecanismo mimetiza o natural e, consequentemente, não há possibilidade de desenvolvimento de alergia e toxidade. 

As pesquisas foram feitas em Sete Lagoas (MG), Londrina (PR) e Santo Antônio de Goiás (GO), regiões de alta produção no país. Em todos os casos, os grãos foram infectados naturalmente pelo mosaico dourado. Os transgênicos não apresentaram sintomas da doença segundo Francisco Aragão pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia .

Os convencionais tiveram de 80% a 90% das plantas afetadas. Além de testar a eficiência das variedades transgênicas, essas análises avaliaram a biossegurança para comprovar a sua inocuidade ao ambiente e à saúde humana.


Autor: Redação
Fonte: UOL Ciência e Saúde

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