Uma parceria entre o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e o município de Porto Alegre resultará na construção de um plano integrado de prevenção e enfrentamento à doença. Para isso, será buscado apoio técnico e financeiro de organismos internacionais. O debate sobre como se dará o acordo e a linha dos projetos a serem desenvolvidos teve início nesta semana, em dois encontros em que foram apresentadas as propostas da missão da Unaids em Porto Alegre e ações realizadas em conjunto pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o Departamento Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST/Aids e Hepatites Virais.

Foram estabelecidos cinco eixos para a elaboração do plano integrado. O primeiro é a prevenção entre jovens, com ênfase no Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), e também com atividades fora do ambiente escolar. O segundo é o combate à epidemia entre mulheres, gays e homens que fazem sexo com outros homens. Os outros três eixos são o fortalecimento dos movimentos sociais, ações preventivas junto à população negra e a fortificação de ações entre diferentes setores.

Durante os encontros, em que foram discutidas as propostas, foram apresentados números da incidência de Aids em Porto Alegre. O total de casos acumulados na capital gaúcha, de 1983 até 31 de dezembro do ano passado, é de 22.470 – 95,89% deles em adultos e 4,11%, em crianças. Em 2011, foram registrados 90,95 casos por 100 mil habitantes, na proporção de 1,4 homens para cada mulher infectada. O índice geral de mortalidade, desde 1983, é de 38,72%. Somente em 2011, foi de 15,34%.

Participaram das reuniões representantes das áreas técnicas de HIV/Aids e Hepatites Virais, Saúde da População Negra, Pneumologia e Saúde da Criança e do Adolescente da SMS, integrantes das secretarias municipais de Educação e da Juventude, da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde, representantes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e de organizações da sociedade civil. Também estiveram presentes Pedro Chequer (pela Unaids), Rebeca Otero (Unesco), Giovanni Ravasi (Organização Pan-Americana de Saúde), Jennifer Gonçalves (Fundo de População das Nações Unidas) e Ronaldo Hallal (Departamento Nacional de DST/Aids e Hepatites Virais).