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Artigo publicado contraria afirmação de gene responsável pelo transtorno

Durante muito tempo, a mídia em geral divulgou uma série de estudos científicos que indicavam associação entre a depressão e fator genético, causando controvérsia nos espaços acadêmicos. Contudo, um artigo publicado hoje (17), no “Journal of the American Medical Association”, de autoria de Risch e colaboradores, promete aumentar ainda mais a polêmica.
 
De acordo com esse estudo, os fatores estressores ambientais, que nos acometem no dia-a-dia, estão fortemente associados ao desenvolvimento da depressão maior, um dos quadros depressivos mais severos. Assim, ao contrário do que se dizia anteriormente, não é mais o gene encarregado de regular o funcionamento da serotonina, hormônio humano envolvido no humor, o “marcador biológico” para depressão.
 
Neil Risch, um dos autores desse estudo, comenta que a associação do gene responsável pela atividade serotoninérgica, ligado a depressão em pesquisas anteriores, mostrou-se fraca durante a revisão sistemática realizada por ele e seus colaboradores.
 
Um dos motivos para essa associação é que houve falhas metodológicas nas afirmações anteriores, ou ainda devido às técnicas mais refinadas disponíveis na medicina contemporânea para a análise de fatores genéticos. Embora a interação genética continue sendo crucial para o desenvolvimento de certas patologias, a controvérsia continua no sentido de definir com especificidade qual gene influencia qual doença.
 
Segundo Thomas Insel, diretor do National Institute of Mental Health, “a reavaliação do que já foi tido como verdade na ciência leva a um equilíbrio fundamental para o avanço científico”. Dessa maneira, os autores pontuam acerca da necessidade de novas pesquisas sobre o tema, associando dados oriundos de estudos no campo da genética e biologia molecular, epidemiológicos, clínicos e comportamentais.
 
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Autor: Guilherme Wendt - Equipe SIS.Saúde
Fonte: Journal of the American Medical Association

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