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Cientistas acreditam que influência se dê por processos emocionais. Comparação de opiniões de gêmeos sugere a relação

Um estudo publicado na última segunda-feira (27) mostra que a carga genética pode influenciar na posição política de cada um. Além de ajudar a explicar por que temos diferentes preferências, os estudos nessa área podem orientar a aplicação de políticas públicas.

Segundo os pesquisadores, os resultados mostram que a atitude de cada um em relação à política não depende só de fatores comportamentais, como se pensava. “O muro que divide política e genética está realmente começando a cair”, afirmou Peter Hatemi, da Universidade de Sydney, na Austrália, autor do estudo publicado pela revista científica “Trends in Genetics” (“tendências em genética”, em inglês).

Essa pesquisa foi uma revisão de estudos anteriores na área, e apenas organiza resultados que já tinham sido obtidos. Um desses estudos comparou a opinião de irmãos gêmeos em relação a temas como pena de morte, aborto e desemprego. Os autores fizeram as mesmas perguntas para gêmeos monozigóticos – popularmente chamados de idênticos –, que têm a mesma carga genética, e para gêmeos dizigóticos, que são tão parecidos quanto quaisquer outros dois irmãos.

A comparação foi feita em várias faixas etárias. Até os 20 anos, período em que essas pessoas moravam com os pais, todos os irmãos apresentaram pontos de vista semelhantes. Porém, a partir do momento em que eles saem de casa, os gêmeos dizigóticos passam a discordar em vários pontos, enquanto os monozigóticos continuam com posições políticas parecidas entre si.

O estudo de Hatemi, no entanto, não aponta para a existência de um gene responsável por uma determinada posição política. Em vez disso, o artigo sugere que a influência genética se dê por processos emocionais incitados na hora de responder a perguntas específicas sobre suas atitudes. 


Autor: Redação
Fonte: G1

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