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Pesquisa destacava tumores de ratos alimentados com milho transgênico

A Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (EFSA, na sigla em inglês) emitiu uma nota nesta quinta-feira (4), desqualificando um estudo francês que relacionou o consumo de alimentos transgênicos ao surgimento de câncer em ratos.

Para a agência da União Europeia, a pesquisa liderada por Gilles-Eric Seralini, da Universidade de Caen, é “de qualidade científica insuficiente para ser considerada válida para a avaliação de riscos”.

“A revisão inicial da EFSA concluiu que a concepção, o relato e a análise do estudo, conforme traçados no artigo, são inadequados”, concluiu a agência.
A EFSA pediu ao cientista francês que proporcione mais informações sobre o artigo. A agência pretende reavaliar o estudo antes do fim deste mês para tomar uma posição definitiva.

Em setembro, o primeiro-ministro francês Jean-Marc Ayrault disse que havia enviado o estudo à EFSA e que, se o perigo dos transgênicos fosse comprovado, a França defenderia sua proibição em nível europeu.

A pesquisa

O estudo publicado pela revista "Food and Chemical Toxicology" mostrou que ratos alimentados com organismos geneticamente modificados (OGM) morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência do que os demais roedores.

"Os resultados são alarmantes. Observamos, por exemplo, uma mortalidade duas ou três vezes maior entre as fêmeas tratadas com OGM. Há entre duas e três vezes mais tumores nos ratos tratados dos dois sexos", explicou Seralini à AFP, quando publicou o artigo.

Na pesquisa, 200 ratos foram alimentados durante um prazo máximo de dois anos de três maneiras distintas: apenas com milho transgênico NK603, com milho transgênico NK603 tratado com Roundup – um herbicida bastante comum – e com milho não alterado geneticamente tratado com Roundup.

Os tumores aparecem nos machos até 600 dias antes de surgirem nos ratos indicadores (na pele e nos rins). No caso das fêmeas (tumores nas glândulas mamárias), aparecem, em média, 94 dias antes naquelas alimentadas com transgênicos.

Os pesquisadores descobriram que 93% dos tumores das fêmeas são mamários, enquanto que a maioria dos machos morreu por problemas hepáticos ou renais.

Polêmica

Antes mesmo do posicionamento da EFSA, o estudo já vinha sofrendo críticas de outros pesquisadores. Na semana passada, um grupo de cientistas criou um abaixo-assinado pedindo que a equipe de Seralini enviasse mais informações além das incluídas no artigo.

A Monsanto, fabricante do herbicida e do milho transgênico, por sua vez, publicou nota afirmando que o "estudo não atende as normas mínimas aceitáveis para esse tipo de pesquisa científica, as descobertas não são fundamentadas pelos dados apresentados e as conclusões não são relevantes para efeitos de avaliação de segurança". 


Autor: Redação
Fonte: G1 - Bem Estar

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