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Humulones derivados do lúpulo tem potencial para serem incorporados em produtos farmacêuticos com benefícios para a saúde

Pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, conseguiram determinar a configuração precisa de humulones, substâncias derivadas do lúpulo que dão à cerveja seu sabor característico.
 
A pesquisa derruba resultados reportados na literatura científica nos últimos 40 anos e pode levar a novos medicamentos para tratar diabetes, alguns tipos de câncer e outras doenças.
 
"Agora que temos os resultados pretendidos, o que acontece ao lúpulo amargo no processo de produção de cerveja faz muito mais sentido", afirma o pesquisador Werner Kaminsky.
 
O estudo foi publicado na revista Angewandte Chemie International Edition.
 
Estudos anteriores mostraram que a cerveja e seus ácidos, em moderação, têm efeitos benéficos sobre o diabetes, alguns tipos de câncer, inflamação e, talvez, até mesmo na perda de peso.
 
Kaminsky e seus colegas usaram um processo chamado cristalografia de raios X para descobrir a estrutura exata desses ácidos, as moléculas humulone e alguns de seus derivados, a partir do lúpulo no processo de fabricação de cerveja. Essa estrutura é importante para os pesquisadores que procuram maneiras de incorporar essas substâncias e seus efeitos na saúde, em novos produtos farmacêuticos.
 
Moléculas de humulone são rearranjadas durante o processo de fermentação para conter um anel com cinco átomos de carbono, em vez de seis. No final do processo, dois grupos secundários que se formam podem ser configurados em quatro formas diferentes, eles podem estar acima ou abaixo do anel, ou podem estar em lados opostos.
 
"Qual forma a molécula toma determina a sua "quiralidade", que é importante para a compreensão de como a humulone irá reagir com outra substância. Se elas estão emparelhadas corretamente, elas se encaixam como uma porca e parafuso", explica Kaminsky.
 
Se emparelhado incorretamente, isso pode produzir resultados desastrosos em produtos farmacêuticos.
 
Para determinar a configuração das humulones formadas no processo de fabricação de cerveja, os pesquisadores recuperaram os ácidos a partir do processo de fermentação e os purificaram.
 
Eles converteram humulones em cristais de sal e aplicaram a cristalografia de raios X para determinar a configuração exata das moléculas. "Agora que sabemos qual a forma da molécula, podemos determinar qual molécula vai para cada gosto amargo da cerveja", afirma Kaminsky.
 
Os autores apontam que, enquanto "o consumo de cerveja em excesso pode não ser recomendado para a boa saúde, humulones isoladas e seus derivados podem ser prescritos com benefícios de saúde documentados."
 
A nova pesquisa abre caminho para encontrar quais humulones podem ser úteis em novos compostos para serem utilizados como tratamentos médicos.

Autor: Redação
Fonte: Isaúde.net

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