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Evento vai apresentar técnicas avançadas de reconstrução da face que é uma necessidade em um país com níveis epidêmicos de mortes por armas de fogo

Cerca de 40 mil brasileiros morrem por causa da violência todos os anos. São mais de cem mortes por dia. Outros milhares ficam mutilados, principalmente na região da face e cirurgias, cada vez mais complexas, têm que ser realizadas para reconstruir o rosto e dar condições para que a vítima volte a ter uma vida normal.

“É mais do que em qualquer outro país do mundo, mesmo naqueles que estão em guerra”, conta o especialista em cirurgia buco-maxilo-facial, Ricardo Holanda Professor da Universidade de Pernambuco – UPE e Tenente Coronel da Diretoria de Saúde da PMPE, que também é palestrante do XXII COBRAC, que começa na próxima terça, dia 20, no Rio de Janeiro. De acordo a ONG ‘Conselho Cidadão Para a Segurança Pública e Justiça Penal’, o Brasil tem 15 cidades entre as 50 mais violentas do mundo.

Ricardo Holanda lembra que, por aqui, morre-se mais por arma de fogo do que por acidente de trânsito e doenças e a população mais atingida é a jovem, entre 15 e 29 anos, e do sexo masculino. “Os sequelados precisam passar por inúmeras cirurgias. São essas técnicas revolucionárias, muitas vezes desenvolvidas no País e já disponíveis na rede pública, que iremos debater durante o evento”. O especialista aproveita para fazer um alerta: “Sempre que alguém sofrer um trauma na face provocado por armas de fogo, ao chegar no hospital, os familiares devem solicitar a presença de um cirurgião buco-maxilo-facial”.

O palestrante do XXII COBRAC irá apresentar ainda dados regionais sobre as mortes por armas de fogo. “Pode ser observado um crescimento da mortalidade na região Norte de 195,2% na década passada, quase triplicando o número de vítimas. Em menor escala, também no Nordeste o crescimento foi elevado: 92,2%, quase duplicando o número no período”, conta. No Norte, é o Pará que puxa o índice, quase quintuplicando o número de mortes por armas de fogo. Em menor escala, também os estados de Amapá e de Amazonas apresentam crescimento acima de 150%.

No Nordeste, o destaque fica para o Maranhão, cujo número de vítimas aumentou 344,6%. Mas também Alagoas, Bahia, Ceará e Paraíba mostram taxas de crescimento de mais de 200%. “O único estado da região a evidenciar queda nos números foi Pernambuco: saldo negativo de 27,8%, conta o especialista. Já no Centro-Oeste, os quantitativos permanecem praticamente estagnados. No Sul o crescimento foi moderado (53,6%), devido ao forte incremento evidenciado no Paraná (112,7%) e, em menor escala, em Santa Catarina (68,6%).

A única região a registrar quedas na década passada foi o Sudeste, cujo número de óbitos apresenta a expressiva diminuição de 39,7%. As reduções são puxadas por São Paulo, cujos números em 2010 representam por volta de 1/3 do que eram no ano 2000. Com menor intensidade, esse movimento também foi acompanhado pelo Rio de Janeiro, com queda de 37,6% e Minas Gerais teve um significativo aumento: 64,2%.

XXII COBRAC - Congresso Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial

Data: 20 a 24 de agosto de 2013

Local: Windsor Barra Hotel

Endereço: Av. Lúcio Costa, 2630 - Barra da Tijuca Rio de Janeiro - RJ

Site: www.cobrac2013rio.com.br


Autor: Redação
Fonte: DOC Press Comunicação

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