Imprimir
 

Ministério da Saúde divulgou relação de 89 médicos que deixaram de cumprir suas atividades e poderão ser desligados do projeto

O Mais Médicos receberá um reforço de 2.890 novos profissionais neste mês, em meio a polêmicas envolvendo clínicos que já estão abandonando o programa federal iniciado há sete meses. O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira a relação de 89 profissionais que deixaram de cumprir suas atividades e poderão ser desligados do projeto se não se apresentarem em seus locais de trabalho em 48 horas. Dentre eles, nove são estrangeiros, sendo quatro cubanos.

Um dos que estão na lista e não pretende retornar é o cubano Ortelio Jaime Guerra, que deixou o município paulista de Pariquera-Açu e anunciou já estar nos Estados Unidos. Na semana passada, a cubana Ramona Matos Rodríguez deixou seu posto em Pacajá, no Pará, e pediu abrigo ao DEM, onde conseguiu um novo emprego como assessora administrativa na Associação Médica Brasileira (AMB), uma das entidades de oposição ao programa. Na quarta-feira, ela foi descredenciada do Mais Médicos.

Um dos motivos de desligamento entre os cubanos seria o descontentamento com a bolsa paga pelo governo federal. Segundo Ramona, os cubanos recebem US$ 400 (R$ 963) dos R$ 10 mil pagos pelo Ministério da Saúde. Outros US$ 600 (R$ 1.444) seriam depositados no país de origem para uso após o retorno à ilha, e o restante ficaria com o governo cubano.

Apesar de o Ministério Público do Trabalho acreditar que o convênio firmado entre Brasil e Cuba fere a legislação trabalhista brasileira, o deputado federal Rogério Carvalho (PT-SE), relator no Congresso Nacional da medida provisória que instituiu o Mais Médicos, não vê irregularidade no acordo de cooperação.

Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o número de desistências entre os estrangeiros é insignificante em relação à quantidade de profissionais em atuação no país. Desde o início do programa, 22 cubanos formalizaram o seu desligamento e retornaram ao país de origem, por problemas de saúde (17) ou por razões pessoais (5). A partir de março, 2 mil cubanos se juntarão aos outros 5,4 mil profissionais da ilha caribenha que já estão no Brasil.

— Eles vieram de livre e espontânea vontade. Nossa relação é de cooperação. É um número insignificante em comparação de experiência similares — afirmou Chioro.

Com o reforço deste terceiro ciclo de contratações do programa, o Mais Médicos passa a contar com 9,5 mil profissionais. No Rio Grande do Sul, que já dispõe de 400 profissionais do programa, 229 novos médicos começarão a atuar a partir do próximo mês.


Autor: Heloisa Aruth Sturm
Fonte: Zero Hora

Imprimir