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Sophia Gonçalves de Lacerda, de apenas seis meses, será operada por dois médicos brasileiros

Mobilizadora de centenas de milhares de pessoas no Facebook, em uma campanha que comoveu celebridades e arrecadou R$ 2 milhões, Sophia Gonçalves de Lacerda, o bebê de seis meses que necessita do transplante de cinco órgãos, já está aguardando um doador nos Estados Unidos. Internada no Jackson Memorial Hospital, em Miami, ela será operada por dois brasileiros — o paranaense Rodrigo Vianna e o catarinense Thiago Beduschi.

A menina deixou Sorocaba (SP) na semana passada, em um avião com UTI, tão logo foi concluída uma tensa disputa judicial. Os R$ 2,4 milhões da cirurgia e do tratamento serão custeados pelo Ministério da Saúde, como determina liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal de São Paulo. Diante da demora para cumprir a decisão, o advogado da família solicitou até a prisão do ministro Arthur Chioro. O montante angariado pela internet não está incluído neste valor.

A criança sofre da síndrome de Berdon, que provoca falência intestinal. É incapaz de se alimentar por via oral, defecar e urinar, deficiências que devem ser corrigidas com o transplante simultâneo de fígado, estômago, pâncreas, intestino delgado e intestino grosso.

— É o procedimento mais complexo da medicina moderna — afirma Beduschi, 34 anos, por telefone.

Formado pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, o médico catarinense se especializou em transplante de intestino e múltiplas vísceras em Indiana — até o momento, contabiliza a participação em 150 procedimentos desse tipo. Transferiu-se para a Flórida, onde é professor assistente da Universidade de Miami e cirurgião do Miami Transplant Institute, centro de referência que executou 371 transplantes de intestino e multivisceral em 20 anos. A cirurgia, de alta complexidade, não é realizada no Brasil — em hospitais americanos, são mais de cem por ano.

— Estamos positivos. Ela poderá ter uma vida normal — prevê Beduschi.

Acompanhada dos pais, a auxiliar administrativa Patrícia de Lacerda, 27 anos, e o ajudante de motorista Gilson Gonçalves, 24 anos, Sophia deve permanecer até dois anos nos EUA. A busca por um doador compatível pode levar mais de seis meses. As chances de sucesso da intervenção, baseadas no histórico do instituto, são estimadas em 85%.

Entenda o caso: 


Autor: Larissa Roso
Fonte: Zero Hora

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