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Testes para detecção do câncer de próstata estão na rotina de exames, mas ainda não são recomendados por todos os médicos

Um grande estudo publicado na quarta-feira no periódico The Lancet concluiu que fazer exames de sangue para detectar câncer de próstata pode reduzir as mortes pela doença em 22%. Apesar disso, os autores da pesquisa questionam se esse benefício compensa o excesso de diagnósticos, que podem desencadear tratamentos desnecessários e causar sequelas como incontinência urinária e impotência.

Em uma pesquisa que durou treze anos, pesquisadores fizeram em 162 000 homens europeus de 50 a 74 anos o exame de sangue que mede o antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês), sinalizador de aumento da próstata.

Os voluntários foram escolhidos aleatoriamente e divididos em dois grupos: aqueles que fariam o PSA a cada quatro anos e outros que não se submeteriam a nenhum teste. Os homens que tinham concentrações de PSA maiores que 3,0 ng/ml passavam por biópsia.

Segundo os cientistas, o teste periódico diminuiu as mortes causadas pelo câncer de próstata em 22%. O risco de o homem ser diagnosticado com a moléstia em estágio avançado também foi menor naqueles que faziam os exames.

"Apesar de o exame de PSA reduzir o número de mortes, diagnósticos falsos ocorreram em 40% dos casos, o que resultou em tratamentos desnecessários", afirma Fritz Schröder, professor do Centro Médico da Universidade Erasmus, na Holanda. "Mais estudos devem ser feitos para reduzir os falsos diagnósticos e, principalmente, a realização de biópsias não necessárias."


Autor: Redação
Fonte: Veja Online

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