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Quanto antes diagnosticar, melhor

A tireoide garante o bom funcionamento de diversas funções do organismo, como os batimentos cardíacos e os movimentos intestinais, a partir da produção de dois hormônios: o T3 e o T4. É comum a presença de nódulos nessa glândula, e a maioria é assintomática e não traz complicações nem prejuízo à qualidade de vida. “De 30% a 40% da população tem nódulos tireoidianos”, afirma a dra. Danielle Andreoni, endocrinologista e coordenadora do Centro de Doenças da Tireoide do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), localizado na Unidade Vila Mariana. Entretanto, cerca de 5% dos nódulos são tumores malignos.

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), esse tipo de tumor é três vezes mais frequente entre as mulheres e, nos Estados Unidos, corresponde a 3% de todos os casos de câncer no sexo feminino. No Brasil, estima-se que 1% dos tumores seja na tireoide. “Não há causas comprovadas para a maior incidência ser nas mulheres. Supõe-se que haja alguma relação com os hormônios, mas ainda não há pesquisas definitivas”, avisa a dra. Danielle.

Sem sintomas

Em geral, o nódulo é diagnosticado em exames de rotina ou durante um checkup. Dificilmente alguém vai ao médico com suspeita de problema na tireoide, justamente por não apresentar sintomas. Antes, o diagnóstico era feito com o exame clínico, por meio da palpação da glândula pelo médico. Hoje, a ultrassonografia é o método mais avançado de detecção.

Se o diagnóstico for positivo, o médico analisa o tamanho do nódulo, se há apenas um, e ainda verifica quais alterações está provocando na glândula:

  • hipertiroidismo, quando a tireoide está superativa;
  • hipotiroidismo, quando a glândula está hipoativa, tornando a produção de hormônios está mais lenta.

“Se o nódulo é pequeno e não traz alterações, é recomendado acompanhamento anual, para verificar se haverá evolução”, explica a endocrinologista. Também é possível tentar reverter o quadro com uso de medicamentos.

Somente a ultrassonografia não permite estabelecer a diferença entre o nódulo benigno e o maligno. Para confirmar o diagnóstico de nódulo maligno, é realizada a punção como exame complementar. Uma agulha é introduzida no nódulo e o conteúdo aspirado, analisado em laboratório. Se for confirmado, dependendo do tipo de nódulo e sua extensão, pode ser recomendada a cirurgia para retirada parcial ou completa da glândula. “Em alguns casos também é feita a complementação do tratamento com o uso de iodo radioativo depois da cirurgia, para remover qualquer resquício de células cancerosas”, explica a dra. Danielle.

Tipos de tumor

Os tumores de tireoide podem ser classificados em três tipos:

Folicular – corresponde a 90% dos cânceres na glândula. Há dois grupos para esse tipo de tumor. O carcinoma papilífero, predominante entre 30 e 50 anos, representa 70% dos casos, com altas taxas de cura. Já o carcinoma folicular, mais agressivo, manifesta-se em idosos e responde por 20% dos casos.

Parafolicular (carninoma medular) – corresponde a 5% dos cânceres na glândula e atinge as células parafoliculares, responsáveis pela produção do hormônio calcitonina, que regula o nível de cálcio no sangue.

Indiferenciado – representa 5% dos cânceres na glândula e é o mais agressivo. Manifesta-se principalmente em mulheres idosas.

Centro de Doenças da Tireoide

Desde 2006 o Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein (IIRS) mantém uma parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp - EPM) para o atendimento e tratamento de doenças da tireoide. Essa parceria criou o Centro de Doença da Tireoide, que além de conduzir pesquisas, capacita profissionais para atender pacientes na rede pública de saúde.

Mensalmente são realizadas, em média, 120 consultas com pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) – encaminhados pela Unifesp, além de exames para confirmação de diagnóstico de câncer de tireoide. Se for necessário cirurgia, a equipe da Unifesp é responsável pelo procedimento no Hospital Israelita Albert Einstein e o paciente recebe todo o tratamento pré e pós-operatório na Unidade Vila Mariana do Einstein. “Atualmente são feitas cerca de três cirurgias por semana no Einstein em pacientes do Centro”, explica a coordenadora.
 


Autor: Imprensa
Fonte: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira

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