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Compra do material já foi realizada, mas distribuição ainda não possui previsão de entrega

Há quatro anos, a técnica de enfermagem Cristiane Noroefé Vidal, 40 anos, trata seu filho, Vitor Vidal, 10 anos, para diabetes tipo 1 e há dois ela vai ao posto de saúde Campo da Tuca, no Bairro Partenon, para receber gratuitamente as lancetas (espécie de agulha que serve para obter pequenas amostras de sangues), fitas que medem a glicose e seringas, uma vez por mês. Entretanto, desde janeiro deste ano o material está em falta.

— Não posso pegar em outro lugar, só naquele, porque estamos cadastrados lá. Se eu for em outro posto, não vão me dar — explica.

Como Vitor também faz tratamento no Instituto da Criança com Diabetes, às vezes ele ganha um pouco de material.

— Com o que consigo no Instituto faço uma reserva caso aconteça algum imprevisto como esse. Mas meu estoque já acabou e agora compro o material necessário — afirma.

O gasto mensal de Cristiane chega a aproximadamente R$ 350, mas isso porque ela tem dois aparelhos para medir a glicose, sendo que para um deles o material não é comercializado em lojas especializadas, somente para pessoa jurídica.

— Se não tivesse esse segundo medidor, meu prejuízo seria maior, pois meu filho precisa fazer o procedimento diariamente.

Cristiane conta que Vitor necessita de cinco aplicações diárias de insulina, e sem o material pode errar na quantidade aplicada para mais ou para menos.

— Uma das insulinas que ele usa tem efeito ultra rápido e se eu der uma dose em excesso, ele pode morrer — relata, acrescentando que desde que soube da falta entra em contato com o setor da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) responsável pela distribuição dos materiais.

— No início de janeiro, me diziam que o laboratório que distribui estava em férias coletivas. Agora dizem que as compras não foram feitas, acho que é uma falta geral.

E Cristiane tem razão, a ausência de material para diabéticos afetou todo o sistema de saúde da Capital.

Através de sua assessoria de imprensa, a SMS admitiu o problema.

— A Assistência Farmacêutica da SMS confirma que há falta de material para os usuários com diabetes no sistema de saúde da Capital, mas reitera que o pregão eletrônico para compra destes materiais já está na Secretaria Municipal da Fazenda, com ordem de liberação em regime de urgência, para suprir o mais rapidamente possível os materiais em falta — declarou o coordenador da assessoria de comunicação da SMS.

Em contato com a Secretaria da Fazenda da Capital, a reportagem foi informada da realização de um pregão eletrônico realizado em 3 de março, para compra de seringas e lancetas. A distribuição acontecerá dentro do prazo mais curto possível, mas sem estimativa de data.

O que é diabetes tipo 1?

O diabetes tipo 1 acontece quando a produção de insulina do pâncreas é insuficiente. Cristiane explica esse tipo de diabetes afeta o funcionamento dos demais órgãos se as doses de insulina não forem diárias há risco de morte. O diabetes tipo 1 é mais comum em crianças, adolescentes ou adultos jovens.


Autor: Katysuki Rossini
Fonte: Diário Gaúcho

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