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Entre as principais mutações está a duplicação ou perda de algum cromossomo

Aborto de repetição (AR) é quando ocorrem três abortos consecutivos. O risco de incidência é bem menor do que o de abortos espontâneos, atingindo de 1% a 5% dos casais, principalmente quando eles têm idade avançada. De acordo com o especialista em reprodução feminina da Insemine e professor da UFRGS, João Sabino, a principal causa de aborto de repetição é a alteração do cromossomo. "Mais de 40% dos abortos de repetição ocorrem por mutações. O mais comum é ocorrer a troca de material entre os cromossomos e duplicação de algum material genético, o que gera o erro aleatório na 'recombinação' cromossômica durante a formação do embrião", explica o médico. Alterações cromossômicas podem ocorrer mesmo o casal sendo jovem e saudável, mas as chances aumentam com a idade avançada.

Há também casos mais raros de mutações, quando um dos pais tem uma alteração em seu cromossomo e passa para o embrião. Para diagnosticar esse tipo de alteração deve ser realizado o exame cariótipo, feito por análise sanguínea. "Neste caso pode ser necessário a realização de fertilização in vitro para identificar os embriões sem alterações e os selecionar, para que a gestação continue saudavelmente", explica Sabino.

As malformações na cavidade uterina, que se tornam incompatíveis com a evolução da gravidez, são um outro fator que influência a incidência do aborto de repetição. As doenças mais comuns são os miomas, pólipos e processos inflamatórios. "Em geral, são os abortos mais tardios que estão relacionados a essas alterações anatômicas do útero", diz o especialista.


Autor: Raphaela Suzin
Fonte: Camejo

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