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Saída de um dos sete profissionais deixa serviço descoberto em alguns turnos há cerca de quatro meses

Há tempos, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é notícia em Santa Maria. Antes de 2010, falava-se da necessidade de ter um atendimento de urgência e emergência 24 horas. Quando as ambulâncias chegaram, demorou quase um ano para o serviço ser implantado. Depois de entrar em operação, em maio de 2011, passado um tempo, houve debate sobre a possibilidade de instalação de uma central regional do Samu no município par agilizar o atendimento, porém, a proposta não avançou.

Nos últimos meses, a atenção tem se voltado para problemas que não deveriam, mas estão prejudicando o trabalho. Na linha de frente, a falta de manutenção dos veículos, que reduziu o serviço para menos da metade: das cinco ambulâncias existentes, apenas duas estão operando, uma Unidade de Suporte Básico (composta por técnico de enfermagem e motorista) e uma Unidade de Suporte Avançado ou UTI móvel (com médico, enfermeiro e motorista). Agora, a falta de um profissional está deixando a UTI móvel sem médico, às vezes.

Há cerca de quatro meses, um dos sete médicos contratados pela Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas), que administra o Samu na cidade, pediu desligamento por questões pessoais e, desde então, os seis seguem tentando fechar a escala de serviço. Os médicos do Samu em Santa Maria têm contratos de 30h ou 40h semanais. Os salários variam entre R$ 6 mil e R$ 7 mil líquidos. Quando um cobre a vaga que não foi reposta, ele recebe hora extra.

Ocorre que, muitas vezes, não há outro profissional disponível para trabalhar no horário do colega que saiu, e a UTI móvel fica sem médico. Isso tem ocorrido em pelo menos um turno durante um ou dois dias na semana, segundo um servidor que não terá o nome divulgado para não sofrer represálias.

Conforme outro funcionário, nesses casos, a ambulância, que está sem o profissional, pede ajuda ao outro serviço que tem médico na ambulância.

Para os servidores, a questão pode estar vinculada ao período atual, que é de transição da gestão. Em agosto, a Sefas anunciou que romperia o contratado com a prefeitura porque o valor repassado não cobriria os custos.

A prefeitura lançou um chamamento público para selecionar a entidade, instituição ou organização não governamental (ONG), sem fins lucrativos, que assumirá o serviço. O valor a ser pago ao prestador do serviço é de R$ 255 mil por mês. Os envelopes serão abertos no dia 13 de outubro.

A Sefas, por meio da assessoria de imprensa, disse que os médicos estão fazendo revezamento para cobrir os horários vagos e que, como a entidade vai deixar de prestar o serviço em outubro, não estão sendo feitas novas contratações.


Autor: Lizie Antonello
Fonte: Diário de Santa Maria

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