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Entenda como elas funcionam e os malefícios de quando ela é má indicada

É mais fácil encontrar uma mulher que reclame de que suas unhas estão quebradiças e fracas do que uma que esteja satisfeita com unhas fortes e compridas. Se essa queixa já é frequente no consultório do dermatologista, imagine nas manicures e podólogas. Se você for à manicure e disser que as suas unhas são fracas, fininhas, quebram ou não crescem, as suas chances de ganhar uma base com formol são de mais de 90%.

Isso porque a base de unhas com formol tem seu uso extremamente disseminado entre as mulheres. Receitinhas caseiras são muito populares na internet, blogueiras, revistas femininas etc. Com a manicure não é diferente. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permite o uso de formaldeído em concentrações até 5% com a função de base fortalecedora para as unhas e, em quantidades menores, como conservantes de vários cosméticos (concentração de 0,2%), então não é necessário ir ao dermatologista para obter uma receita deste produto, sua venda é livre!

Mas será que isso realmente funciona em todos os casos de unhas fracas? A resposta é não. O formaldeído é uma substância que causa muita alergia e essa é a primeira contraindicação dele: não deve ser usado por pessoas que são alérgicas a ele ou a esmaltes em geral. Ele é utilizado em baixas concentrações em diversos esmaltes e é a principal causa de alergia ao esmalte, perdendo apenas para o tolueno (outro componente que pessoas alérgicas devem ficar longe).

Além disso, para entender os casos em que ele é indicado, é importante entender como ele funciona: ele aumenta a ligação das proteínas (queratinas) que formam as unhas, enrijecendo-as, ou seja, ele torna as unhas mais duras. E faz isso à custa de água, desidratando as unhas. O seu uso é, portanto, indicado apenas nos casos de unhas amolecidas. Esse quadro nem é tão comum, mas acontece com unhas que ficam hidratadas além do normal, como quando saímos de um banho prolongado ou de uma piscina. Esta seria a única indicação precisa para o uso do formol. Neste caso usamos na concentração de 5% e com sucesso.

Em todos os outros casos, o uso da base com formol só acentua o problema de fragilidade das unhas, porque desidrata, ou seja: rouba a água dessa estrutura. Elas ficam endurecidas, mas muito quebradiças. A piora do quadro geralmente é seguida pelo aumento do uso da base com formol, às vezes até em concentrações acima dos 5% permitidos, com a intenção de reverter o quadro. As mulheres não sabem que é o formol que está causando o problema, acreditam que ele seja a solução e entendem que a origem das unhas fracas esteja em sua alimentação.

Um terceiro problema que o uso crônico do formol pode trazer é o aparecimento de uma pele dura embaixo das unhas que impedem o corte sem dor. A pessoa é obrigada a deixar as unhas mais compridas do que gostaria, pois sente dor e apresenta sangramento ao cortá-las curtas. O uso muito prolongado do formol pode, ainda, tornar as unhas amareladas ou doloridas.

Minha dica de hoje é muito simples: se as suas unhas estiverem fraquinhas, procure um dermatologista e pare de usar base com formol por conta própria. Ela pode estar te prejudicando em vez de te ajudar.


Autor: Dra. Tatiana Gabbi
Fonte: R7

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