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Cerca de 40 crianças serão beneficiadas com uma operação deste tipo nos próximos dois anos

Três crianças foram operadas a coração fechado com sucesso recentemente na França, um fato inédito na Europa, graças à utilização do "EchoNavigator", um novo software de visualização em 3D — informou neste domingo o chefe da equipe médica de Pediatria de Toulouse, na França.

Este sistema de navegação em 3D já havia sido utilizado em um hospital de Créteil, na região parisiense, e em outros hospitais europeus, embora somente "em adultos e com outros problemas", relatou o cardiologista e pediatra Philippe Acar.

Esse sistema facilita as operações por via percutânea, ou seja, através de uma veia e, assim, evita a operação a coração aberto em crianças com más-formações cardíacas.

Desenvolvido em parceria com a empresa Philips, o software permite ver na mesma tela em 3D a ecografia do coração da criança que é operada e os raios X, no momento em que os médicos introduzem a sonda. É com essa sonda que são reparadas as más-formações cardíacas, explicou o professor Acar, que lidera este projeto de pesquisa clínica.

Esta nova tecnologia testada em Toulouse se integra a um projeto europeu, informou o cardiologista.

Cerca de 40 crianças serão beneficiadas com uma operação deste tipo nos próximos dois anos, antes que este procedimento se estenda a todos os hospitais da França e de todo o continente.

— Deve demonstrar que traz uma verdadeira ajuda aos cirurgiões — frisou o professor Acar.

Nellie, de 5 anos, foi a primeira a se beneficiar desta nova técnica no início de novembro. Ela tinha um defeito no septo interventricular, algo muito delicado de se operar com cirurgia clássica.

— E este sistema nos ajudou — destacou Acar.

Um menino de 6 anos foi submetido ao mesmo procedimento. Também uma menina de 9 anos foi operada deste modo para solucionar um problema de comunicação entre os átrios cardíacos.

— São necessárias somente 72 horas de hospitalização e a criança sai sem cicatrizes — destacou o professor Acar.


Autor: Estadão
Fonte: Zero Hora

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