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Cerca de 81 mil brasileiros começaram a se tratar no ano passad

Cerca de 81 mil brasileiros começaram a se tratar contra HIV/ AIds no ano passado. Esse número representa um recorde e um aumento de 13% comparado ao ano de 2014. Segundo o pesquisador e idealizador do Projeto Praça Onze da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mauro Schetcher, essa constatação tem o fator positivo, mas, ao mesmo tempo, um número muito grande de pessoas continuam se contaminando.

"A política de início de tratamento mudou, as recomendações mudaram mundo afora, esperava-se um grau de doença para se iniciar o tratamento. Hoje em dia, a recomendação brasileira é de que toda e qualquer pessoa diagnosticada com infecção sejam tratadas. A outra razão é, em especial, em faixas etárias mais jovens. Isso não é um fenômeno unicamente brasileiro, ocorre no mundo inteiro e o nível de infecções continua a crescer. O motivo é que essa população mais jovem não viu aquela devastação de pessoas morrendo nos anos 90", disse Mauro.

O pesquisador acrescenta ainda que "o tratamento é inteiramente eficaz. Há um mito que não é verdadeiro, que tem de tomar vários comprimidos. Hoje em dia, toma-se um ou dois comprimidos, e é a doença mais simples de ser tratada. Em países desenvolvidos como a Inglaterra, a expectativa de vida de um homem infectado com HIV é maior do que o homem sem HIV, por um motivo simples, os homens não vão a médicos. Homem com HIV faz acompanhamento e por este motivo, pratica a medicina preventiva. Já a mulher faz a medicina preventiva normalmente".

Para Mauro, as campanhas de conscientização para prevenção da doença têm poder limitado. "Ouve-se falar em Coca-Cola todo santo dia, você é bombardeado todo dia. As campanhas devem ser intensas, durante todo o ano, para que surja condicionamento. Não é uma campanha às vésperas do Carnaval que vai mudar hábitos".


Autor: Redação
Fonte: EBC

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