Imprimir
 

Projeto de lei tramita na Câmara dos Deputados para tornar o exame obrigatório nas maternidades e assim detectar de forma precoce as cardiopatias congênitas

As cardiopatias congênitas estão entre as malformações mais comuns em fetos humanos com uma incidência de aproximadamente 10 para cada 1.000 bebês nascidos vivos. Pelo seu mau prognóstico, contribuem significativamente para a mortalidade infantil, sendo responsável por até 30 % das mortes após o nascimento.

"A utilização da ecocardiografia fetal tem permitido de forma acurada e segura a avaliação anatômica, funcional e do ritmo cardíaco do coração fetal possibilitando a realização do diagnóstico de cardiopatias congênitas, arritmias e distúrbios da função cardiovascular intraútero", explica a presidente do XXIV Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica, Cristiane Martins.

A idade gestacional ideal para a realização do exame é entre a 18a e 24a semana, podendo ser realizado até o fim da gravidez, porém as imagens são obtidas com mais dificuldades.

A ecocardiografia fetal já é indicada em inúmeros casos, por exemplo, quando a mãe possui mais de 40 anos ou teve doenças infecciosas (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus, HIV e doença de Chagas) no primeiro trimestre da gestação ou doença crônica materna, como diabetes ou usa álcool/drogas, entre outros. "Sabe-se que em 80% dos casos de fetos com cardiopatias congênitas não é possível detectar nenhum fator de risco. Portanto se levarmos em consideração a indicação da ecocardiografia apenas nestas situações, estaremos deixando de diagnosticar 80% dos casos de doenças cardíacas congênitas", lembra Cristiane Martins.

Para a cardiologista, a aprovação de projetos de lei que torne obrigatório a realização da ecocardiografia fetal como parte do exame de rotina pré-natal favorecerá imensamente a evolução clínica desses bebês, permitindo uma programação do local ideal, da idade gestacional e via de parto apropriada. "Essas crianças serão atendidas de forma especializada já na sala de parto, antes do agravamento do quadro clínico, promovendo maior chance de sobrevida dos fetos e recém nascidos afetados por cardiopatias congênitas graves e potencialmente letais. Não podemos deixar de salientar que para que tais ações tenham um impacto sobre a sobrevida é necessário a estruturação e capacitação de centros especializados para atender a esta demanda de alta complexidade", completa Cristiane Martins.

SERVIÇO

71° Congresso Brasileiro de Cardiologia
Data: 23 a 25 de setembro
Local: Centro de Eventos Ceará
Endereço: Av. Washington Soares, 999 | Bairro Edson Queiroz – Fortaleza – CE
Site: http://congresso.cardiol.br/71.


Autor: Redação
Fonte: Doc Press

Imprimir