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Estudo levanta a prevalência de sintomas de disfunções sexuais e seus impactos na qualidade de vida nessa fase de transição

Os distúrbios sexuais podem ter alta prevalência durante e após a menopausa, segundo resultados de estudo realizado por Rossella E. Nappia, da Universidade de Pavia, Itália, e Michèle Lachowskyc, da Universidade de Paris, França. O estudo foi publicado na revista Maturitas, em junho de 2009.

Os autores realizaram um levantamento em estudos disponíveis, entre os anos de 1990 e 2008, com respeito à prevalência dos sintomas de distúrbios sexuais na menopausa e após essa fase de vida, buscando resumir o conhecimento disponível a respeito.

Os autores verificaram que as reclamações sexuais mais comuns foram: desejo sexual reduzido, ressecamento vaginal e dispareunia, deficiência de estimulação e orgasmo, além de prejuízos na satisfação sexual. Também constataram que, na transição normal da menopausa, a recusa do tratamento para a reposição do estradiol apresentou efeitos prejudiciais significantes no funcionamento sexual, desejo e responsabilidade (estimulação, prazer sexual e orgasmo), enquanto os níveis reduzidos de andrógeno apresentaram um papel na hipoatividade do desejo sexual em mulheres em menopausa cirúrgica.

Segundo os autores, as mulheres na menopausa são vulneráveis a deficiência orgânica sexual feminina por causa de um jogo complexo de fatores individuais que afetam o seu bem-estar. Os sintomas de distúrbios sexuais são prevalentes durante a transição da menopausa e após essa fase de vida como consequência das mudanças endócrinas. Porém, sua significação clínica é relacionada altamente a fatores intrapessoais e interpessoais.

Nappia e Lachowskyc comentaram que as mulheres deveriam ser avaliadas habitualmente na prática clínica em relação às reclamações sexuais mais comuns à menopausa, para preservar a qualidade de vida no processo de envelhecimento, especialmente em mulheres com menopausa cirúrgica, em quem os sintomas sexuais podem gerar maior infelicidade. É importante que as mulheres tenham a oportunidade para falar sobre seus problemas sexuais como uma parte fundamental do cuidado médico e para uma administração de uma terapêutica efetiva. Tal abordagem global, não só considerando os problemas médicos, mas igualmente os seus impactos na vida cotidiana da paciente, deve ser certamente uma parte do treinamento médico, permitindo às pacientes falar sobre um interesse humano básico, a sexualidade!

Referência

NAPPI, R. E.; LACHOWSKY, M. Menopause and sexuality: Prevalence of symptoms and impact on quality of life. Maturitas, v. 63, n. 2, pp. 138-141, Jun. 2009.
 


Autor: Marli Appel - Equipe SIS.Saúde
Fonte: Vide Referências

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