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Muitas mulheres que tentam engravidar não sabem que possuem a doença

Os casos de endometriose aparecem cada vez mais entre as mulheres. Nessa doença, pequenos pedaços de endométrio ficam fora de seu local de origem, em geral na capa de tecido que recobre os órgãos de dentro do ventre (peritônio). Mas podem estar localizados em qualquer parte do corpo, até mesmo, em órgãos fora da cavidade abdominal.

Algumas mulheres não sentem os sintomas, mas a maioria apresenta dor, principalmente perto da época da menstruação. Nesse período, o estímulo hormonal para que o endométrio se desprenda também acaba estimulando esses pedaços que se encontram fora do útero e isso causa uma irritação, gerando a dor.

Nessa situação, as cólicas menstruais podem ser fortes. Assim como outros tipos de dor associados à endometriose: incômodo ao urinar (chamada disúria), dor para evacuar e durante a relação sexual (chamada dispareunia).

A ginecologista e diretora do Fertilitat Mariangela Badalotti explica que além da dor outro sintoma importante é a dificuldade para engravidar. “Um sintoma frequente da endometriose é a infertilidade. Entre 30% e 40% das mulheres com endometriose são inférteis, e essa incidência é o dobro da que ocorre na população em geral”, esclarece.

Como os focos de endometriose têm as mesmas características do endométrio, ou seja, recebem os hormônios produzidos pelo ovário, se modificam e sangram no período menstrual, isso pode alterar o ambiente da fertilização e, quando a doença é avançada, danificam as trompas, os ovários e podem formar aderências entre os órgãos pélvicos.

“O diagnóstico de endometriose só é feito de forma definitiva por meio da videolaparoscopia, uma cirurgia que visa visualizar os focos da doença e coletar amostra para análise histológica, porém sintomas clínicos e alguns exames laboratoriais e de imagem podem auxiliar no diagnóstico”, explica a ginecologista.

O tratamento depende do desejo e do sintoma da paciente, se o objetivo é tratar a dor, muitas vezes medicações hormonais resolvem o problema. No entanto, se existe o desejo e a dificuldade de engravidar há tratamentos específicos que devem ser realizados, incluindo algumas vezes técnicas de reprodução assistida.  


Autor: Cláudia Paes
Fonte: Critério

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