Imprimir
 

Para marcar o mês dedicado à conscientização nacional sobre o assunto, o Setembro Verde, a instituição levará para a população histórias reais de transplantados

No ano de 2016, o Brasil registrou o maior número de doadores efetivos da história, 2.983, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Neste ano, assim como sempre se espera, o objetivo é superar estes números, o que requer uma mobilização nos quatro cantos do País. A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, comprometida com a causa, em apoio ao mês da doação de órgãos, denominado “Setembro Verde”, estará desde o dia 1º/9 em campanha para mobilizar e conscientizar a sociedade gaúcha sobre a relevância deste tema. Atualmente, mais de 33 mil* brasileiros aguardam na fila por um transplante, 1.288** no Rio Grande do Sul.

Entre aqueles que conseguiram sair da fila graças a uma doação e receberam o órgão que precisavam para sobreviver, alguns serão personagens da campanha que a Santa Casa idealizou, destacando que, com apenas um gesto, a vida pode continuar. Um deles é Carlos Roberto Saft, de 52 anos, morador de Osório/RS, que aguardou por um ano e três meses para receber um pulmão. Há 15 meses, ele consegue respirar sem dificuldades após realizar o transplante. “Mudou muita coisa na minha vida. Posso fazer atividades que antes não conseguia. Agora, pinto quadros, faço artesanato e estou escrevendo um livro. Eu aprendi a ter amor por viver, valorizar o próximo”, conta Carlos.

O Hospital Dom Vicente Scherer (HDVS), unidade da Santa Casa especializada em transplantes, endossa a iniciativa e é referência internacional na realização de procedimentos de pulmão, fígado, rim, córneas, coração, pâncreas, pele e medula óssea. Na instituição, está localizado o primeiro Centro de Transplantes de todos os tipos de órgãos e tecidos da América Latina, inaugurado em 20 de dezembro de 2001. A capacidade de procedimentos que podem ser realizados na Santa Casa, atualmente, encontra-se abaixo de sua capacidade, e o grande motivo ainda é a falta de doadores, muitas vezes provocado pela negativa familiar.

Segundo o diretor médico do HDVS, o médico José Camargo, a partir do momento que uma pessoa demonstra em vida o desejo de ser doador, a família fica muito mais propensa a respeitar a decisão. “Se esse assunto nunca foi discutido anteriormente é ainda mais complicado transferir a responsabilidade para os familiares”, observa. Nos últimos anos, de acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde, cerca de 40% dos casos de não doação ocorreram por falta de autorização familiar. Em 2016, 2.013 pessoas que estavam na fila de transplantes no Brasil morreram, sendo que 82 eram crianças. No mesmo período, o Hospital Dom Vicente Scherer, realizou 514 transplantes, mantendo a média de anos anteriores. Já neste ano, ocorreram cerca de 370 até o momento. O hospital foi projetado para realizar até 750 procedimentos anuais.

Camargo também destaca que o processo de doação de órgãos precisa ser trabalhado em, no mínimo, três esferas: a conscientização da comunidade sobre a relevância do tema, mesmo para quem não precisou se envolver diretamente com necessidade de doar ou esperar na fila de transplantes; a otimização do sistema público de transplantes, organizado pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada Estado; e a mobilização de cada vez mais médicos para que esses comuniquem com rapidez os casos com diagnóstico de morte encefálica, que é caracterizada pela morte do cérebro, incluindo tronco cerebral que desempenha funções vitais.

As dúvidas sobre doação de órgãos podem ser esclarecidas no www.santacasa.org.br/dom-vicente-scherer/doacao-orgaos. Para acompanhar e apoiar a campanha, basta seguir Santa Casa em facebook.com/SantaCasaPortoAlegre, no perfil do Twitter e no Instagram(@santacasapoa).

*dados de junho de 2017 - ABTO
**dados de julho de 2017 - CENTRAL DE TRANSPLANTES DO RS 


Autor: Gabriela Alves de Freitas
Fonte: CDN

Imprimir